A tradição do pão alentejano, uma das joias da gastronomia do Alentejo, está a perder-se com o tempo. “Hoje em dia, se eu fizer uma açorda ou migas com pão caseiro, a textura não é a mesma”, lamentam alguns alentejanos, que recordam com saudade o sabor e a consistência do pão de antigamente. Atualmente, muitos optam pelo pão pré-fabricado das grandes superfícies, que, apesar da conveniência, não mantém a frescura e qualidade do pão tradicional, tornando-se bolorento em poucos dias.
Embora ainda existam padarias no Alentejo que produzem o autêntico pão cozido em forno de lenha, onde o aroma matinal se espalha por toda a vila ou aldeia, estas são cada vez mais raras. A continuidade desta tradição está em risco, à medida que os mais velhos, guardiões deste saber ancestral, vão desaparecendo, e os mais novos mostram pouco interesse em aprender e perpetuar este ofício. A perda destas texturas e sabores é um reflexo das mudanças que afetam a gastronomia alentejana, onde o pão, que outrora era um pilar da cozinha regional, começa a perder o seu lugar.
