Em declarações à Rádio Campanário, à margem da inauguração do Parque Fluvial dos Cinco Reis, o presidente da União de Freguesias de Beja- Santiago Maior e São João Batista, Jorge Parente, falou sobre o Aeroporto de Beja e deste poder ser uma alternativa ao projeto do Aeroporto do Montijo.
Para Jorge Parente, o Aeroporto de Beja tem uma vantagem em relação aos outros que “ainda hão de ser construídos”, que “já está a funcionar” e por isso “poderia já ser utilizado para alguns voos, que por alguma razão não tivessem espaço no Aeroporto de Lisboa e até para complemento mesmo aqui da zona do Alentejo”.
Na opinião do autarca, o facto do Aeroporto estar dentro da Base Aérea de Beja é uma “dificuldade acrescida” e isso “condiciona um pouco as decisões políticas e penso que tem sido isso, de alguma forma, também condicionado o desenvolvimento deste aeroporto para a vertente de passageiros e não seja só utilizado para estacionamento de aviões para a sua manutenção que está a dar os primeiros passos. Realmente a nível de passageiros é um bom complemento ao de Lisboa, pelo menos enquanto o Aeroporto de Lisboa não tiver outra capacidade”.
Sobre a necessidade de investimento nas acessibilidades, Jorge Parente contou que “em tempos, as coisas estavam a decorrer dentro da normalidade e quando o Aeroporto foi concluído, já estava prevista a Autoestrada para Lisboa e para o Algarve. Mas apareceu a crise, que trouxe para Portugal a Troika, e foi tudo suspenso. Agora foi reativada novamente, mas ainda com poucas condições a ligação à Autoestrada. Temos um pequeno troço que foi recentemente aberto, mas realmente para ligar à zona do Aeroporto e à cidade ainda falta mais algum tempo, sendo que as infraestruturas principais já estão feitas. Faltará a parte de pôr o alcatrão e terminar a envolvente”. Mas, “também é uma questão de haver verbas e de haver uma decisão política nesse sentido”.
Questionado se acredita que com os 45 mil milhões de euros que Portugal vai receber do Fundo de Recuperação da União Europeia, vai haver verbas destinadas para Beja e para melhorar estas acessibilidades, o presidente da União de Freguesias de Beja espera que sim e refere que “as pessoas de Beja têm essa esperança, mas vamos ver se até lá as coisas correm bem nesse sentido.”
“É uma pena, porque realmente as coisas que faltam já são poucas e o investimento não seria avultado e, provavelmente, neste quadro comunitário haverão fundos comunitários para essas situações. No passado houve essa desculpa que tinham terminado os fundos para as infraestruturas rodoviárias, mas espera-se agora que haja realmente essa esperança de voltar a haver algum dinheiro para isto”, referiu Jorge Parente.