O deputado João Oliveira, eleito pelo círculo de Évora da CDU à Assembleia da República, no seu comentário desta quarta-feira, 12 de junho, abordou aos microfones da Rádio Campanário a votação da nova lei de bases da saúde, as declarações prestadas na comissão de inquérito aos casos do BCP e ainda os resultados das eleições europeias.
No que respeita ao “chumbo” da lei de bases da saúde, João Oliveira refere que “a última coisa que falta votar tem que ver com a questão das parcerias publico privadas (PPP)”, o deputado considera que as PPP não são algo com pouca importância, justificando que “elas tem sido muito prejudiciais não apenas para os doentes, mas para o funcionamento do SNS e até para o próprio estado”.
João Oliveira considera que os doentes são prejudicados com as PPP “pois não são tratados como deve ser”, dando o exemplo do Hospital de Cascais “onde para não ficarem mal nas estatísticas dão cores de pulseiras erradas aos doentes”, são prejudiciais para SNS pois “os hospitais PPP disputam com os hospitais públicos os recursos humanos, colocando-os em situações verdadeiramente dramáticas”.
A Campanário questionou o deputado se o fim das PPP irá ter influência nos tempos de espera, ao que João Oliveira considera que “o fim das PPP apenas tem que ver com a gestão que é feita, se é publica ou privada”. O deputado refere que “a posição do PCP não é irresponsável, nós não defendemos o fim das PPP e pronto”, acrescentando que “existem problemas de fundo que tem de ser resolvidos, uma vez que muitos dos problemas que encontramos nos hospitais têm que ver com as PPP”.
O deputado afirma que “a saúde transforma-se num negócio de milhões”, acrescentando que “o governo só vai terminar com a PPP de Braga porque o grupo que explora o Hospital de Braga decidiu pedir ao governo mais 40 milhões de euros para continuar a parceria”.
Relativamente aos que defende que é mais económico para o estado as PPP, João Oliveira considera que “com os dados falsificados é fácil chegar a essas conclusões”, exemplificando com o caso do Hospital de Cascais “onde percebemos que se aldrabam as estatísticas para se obter mais resultados”.
Para João Oliveira “as PPP não são um problema sem solução, aliás nós já apresentámos várias”, mostrado disponibilidade para “uma solução faseada e até diferenciada”.
Naquilo que concerne a uma suposta teia criada por Constâncio, Sócrates e Berardo para controlar o BCP, João Oliveira refere que “as declarações que têm sido feitas da comissão de inquérito apenas mostram mais confirmações sobre o que já se suspeitava”. O deputado mostra-se convicto de que “já ninguém tem dúvidas que os governos de Sócrates foram os responsáveis pela situação criada”.
O deputado finalizou a sua rúbrica semanal aos nossos microfones abordando os resultados das últimas eleições europeias. João Oliveira considera que “ficámos com o mesmo número de deputados do Bloco de Esquerda, no entanto ficámos aquém daquilo que era esperado”, acrescentando que “ficaram até aquém do reconhecimento que as pessoas fazem do trabalho desenvolvido por nós”.
João Oliveira considera que estes resultados “acabam com o mito que a CDU não é afetada pela abstenção” e naturalmente que “em eleições com 70% de abstenção o nosso eleitorado também tem esse impacto”. O deputado não considera que o facto de a CDU suportar o governo PS tenha tido impacto nos resultados, uma vez que “estávamos a decidir eleições europeias”. O deputado rejeita que a CDU tenha nacionalizado as europeias “fomos quem sempre defendeu o que tinha a defender”.
“A abstenção e o alheamento das pessoas em relação ás europeias” condicionou o resultado da CDU, João Oliveira acrescenta que “existiu uma campanha difamatória” durante “2 ou 3 meses seguidos” contra a CDU.
O deputado considera que “as pessoas é que vão decidir se querem a CDU no governo ou não”, acrescentando que “o governo já tem o rei na barriga e pensa que as legislativas estão arrumadas, (…) as pessoas precisam de refletir sobre o que pretendem nos próximos 4 anos”.
No que concerne a um eventual acordo entre o futuro governo e o BE ou o PAN, João Oliveira é taxativo e afirma que “não andamos cá para os tachos”.