Decorreu esta tarde, na Igreja da Misericórdia de Évora, a homenagem aos irmãos desta Santa Casa e a apresentação do Livro “523 anos da Santa Casa da Misericórdia de Évora”, de José Calado.
A Rádio Campanário esteve presente e falou com o autor sobre este livro e o pretendido com o mesmo.
Em declarações à nossa redação, José Calado referiu que “o objetivo do livro é, homenagear de alguma forma a irmandade e a atuação da Santa Casa da Misericórdia de Évora ao longo de 523 da sua existência. É demonstrado através de uma cronologia histórica, centenas de acontecimentos da sua história, não só a sua importância histórica para a cidade de Évora e para a comunidade local, mas também para o próprio Alentejo e para a história da assistência em Portugal. Se repararmos, as misericórdias, e neste caso, a Misericórdia de Évora, já resistiu a todas as mudanças políticas, a uma série de catástrofes, calamidades e, durante mais de cinco séculos, tem ajudado os que mais necessitam e, este livro, acaba por ser um resumo do muitos que poderíamos dar como testemunho, dessa atuação ao longo de cinco séculos, esse é o objetivo fundamental”.
Questionado se foi fácil escolher momentos-chave destes 523 anos, o autor referiu que “naturalmente, foi muito difícil, aliás, por isso é que nós falamos numa cronologia histórica e não na cronologia histórica, porque nós conseguimos, se calhar, fazer 100 livros destes. Foi extremamente difícil, porque nós tivemos que escolher, a partir do arquivo da Misericórdia de Évora, alguns acontecimentos que dessem a entender qual foi a atuação da Misericórdia. Muitos outros ficaram por dizer mas, o objetivo desta publicação é ser a primeira de uma linha editorial que se pretende fazer sobre a história e património da Misericórdia, é também dar o mote para que, mais tarde, estes acontecimentos e outros possam vir a ser aprofundados”.
Questionado sobre a importância do trabalho feito pela Misericórdia no concelho de Évora, José Calado referiu que “a história da Misericórdia confunde-se com a história da cidade, porque é impossível fazer uma história da cidade sem que a misericórdia faça parte dela e vice-versa. Durante grande parte destes mais de cinco séculos, foi a misericórdia que assistiu os doentes, os pobres, os mais necessitados, os presos, aqueles que a sociedade, de alguma forma, marginalizou, era a Misericórdia que tinha essa responsabilidade social e que ainda hoje tem, adaptada aos nossos tempos”.