O eurodeputado Nuno Melo, eleito pelo CDS-PP, no seu comentário desta quinta-feira, dia 27 de junho, abordou aos microfones da Rádio Campanário as declarações de Assunção Cristas sobre a intenção de aumentar o número de deputados, os investimentos na saúde e alguns dos problemas do setor, finalizando com um comentário sobre um possível bloco central nas próximas legislativas.
Relativamente ás declarações da líder centrista e questionado sobre um eventual descontentamento dos militantes, Nuno Melo considera que os resultados das últimas europeias nada tiveram que ver com descontentamentos, para o eurodeputado “as europeias são atípicas e o eleitorado preferiu a praia ás urnas”, acrescentando que “existiu uma maior mobilização da esquerda”.
Questionado pela Campanário se um eventual conflito interno no PSD seria benéfico para o crescimento do CDS, Nuno Melo refere que “a história mostra que o CDS cresce quando o PSD também cresce”. O eurodeputado considera que “existe um comportamento pendular na política, o eleitorado ou pende para a esquerda ou para a direita”. Para Nuno Melo “este movimento pendular é lento, e ainda pode pender para a esquerda neste momento”.
No que respeita ao investimento de 1600 milhões no setor da saúde, que ainda assim apresenta problemas graves, Nuno Melo começa por referir que “a saúde e os transportes devem estar extraordinários neste país”, lembrando que “o CDS abordou todos esses problemas durante a campanha, e ainda assim os resultados foram o que foram”.
O eurodeputado considera que “só que não vai ao hospital é que pode dizer que a saúde está melhor”. Nuno Melo explica que o investimento de o governo diz ter realizado no setor “não refere na equação a redução do horário de trabalho”.
Nuno Melo explica então que “reduzindo o horário de trabalho ganha-se votos, mas fica-se em défice horário”. Como medida de combate a este défice horário “o governo contratou mais profissionais ou pagou horas extraordinárias (…) feitas as contas as contratações não compensam as faltas existentes, consequentemente aumentam-se as listas de espera e o setor fica pior”.
O eurodeputado considera que “a política é feita de ilusões, e as pessoas vão atrás da ilusão”.
Naquilo que concerne ao partido socialista contar com o partido social democrata para aprovar seis dossiers até final da legislatura, Nuno Melo considera que “Rui Rio está disponível para entendimentos, e isso reflete-se na sua posição”. Na opinião do eurodeputado “pode-se reeditar o Bloco Central”, acrescentando que “Rui Rio pode apoiar António Costa, caso este vença, formando assim um Bloco Central”.
Para Nuno Melo o PS “quererá uma maioria, mas caso não a tenha vai precisar dos votos de alguém, e o PSD tem uma leitura politica mais próxima”.
Questionado pela RC sobre eventuais alianças entre o PS e os restantes partidos, Nuno Melo considera o “PAN um caso quase patológico na politica”, “o BE e o PCP não são aliados do PS, são aliados de António Costa”. O eurodeputado considera que “para o PS é melhor aliar-se com o PSD”, acrescentando que “caso aconteça será o mais natural, no entanto alguns militantes não irão apoiar”. Na sua opinião pessoal Nuno Melo “espera que isso não aconteça, pois o normal é a alternância entre a direita e a esquerda, e não governarem juntas”, no entanto “o PS está mortinho para se libertar das esquerdas”.