Tal como a Rádio Campanário noticiou, o Município de Vila Viçosa vai apresentar na Assembleia da República a proposta de elevar Vila Viçosa a cidade.
A proposta, foi aprovada em reunião de Câmara de 20 de abril por maioria e esteve em discussão e votação na segunda sessão ordinária da Assembleia Municipal.
A Bancada da CDU apresentou uma proposta alternativa para realização de um referendo à população.
Colocadas as propostas a votação, em alternativa, a proposta A, apresentada pela Câmara Municipal foi aprovada com 10 votos a favor contra oito votos da proposta B (realização do referendo, com os votos da CDU e PS).
Neste sentido, a Rádio Campanário falou com Agostinho Arranca, representante parlamentar do PS na Assembleia, que, no âmbito do referendo que foi proposto realizar pela CDU para aferir a vontade dos munícipes da elevação de Vila Viçosa a cidade e que foi chumbado, começou por referir que o “PS mais do que uma preocupação acha que é digno ouvir as pessoas e a população de vila Viçosa sobre esta matéria”, destacando que “até porque era uma matéria que não estava nos programas eleitorais de nenhuma força política, ao contrário do que aqui foi dito, e temos algumas dúvidas que os argumentos apresentados sejam válidos.”
Sobre estes argumentos, Agostinho Arranca explicou que duvidava que a elevação a cidade seria “a única forma de obter mais fundos comunitários,” dando como exemplo o caso de Cascais e Sintra, e também que “não nos parece que o argumento de puxar pelo turismo ou que vá aumentar a procura turística tenha algum sentido, porque estamos a falar exatamente dessas localidades que falava e que são vilas e atraem das maiores quantidades de turistas do país. “
Sobre o referendo e o poder de decisão dos munícipes, Agostinho referiu, “entendíamos com muita seriedade que as pessoas fossem ouvidas sobre esta matéria e que pudessem decidir. Não estávamos aqui a tomar partido, estávamos sim a permitir às pessoas três níveis de uma melhor decisão,” destacando que “as pessoas podiam ser mais informadas sobre a matéria.”
Questionado sobre a tomada de posição diferente da vereadora Anabela Consolado que representa o PS na Câmara Municipal, Agostinho Arranca explicou que “estamos a falar de um nível individual de decisão. Estamos a falar também de uma decisão que resultou de uma discussão em Assembleia Municipal, em que todos os cenários estavam em cima da mesa e em que surge uma proposta de ouvir as pessoas de Vila Viçosa, que é o sinal maior da democracia, enveredamos sempre por ouvir as pessoas.”
Em conclusão o deputado do PS referiu que “os vereadores são eleitos e tem o seu mandato, não dependem de nenhuma força política a partir desse momento com as suas decisões, claro que coordenam com as forças políticas de onde tem origem, mas isso não significa que em Assembleia as coisas não possam ter rumos diferentes.”