No âmbito do programa “Governo + Próximo”, decorreu hoje, em Estremoz, a visita da Ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, à João Portugal Ramos, uma das empresas do setor vitivinícola com maior destaque na região do Alentejo.
A Rádio Campanário esteve presente e falou com Maria do Céu Antunes, sobre o desagrado dos produtores de vinho pela falta de medidas que têm existido por parte do Ministério da Agricultura, relativamente à inflação e ao custo da produção dos vinhos.
Questionada sobre as medidas que o Governo vai disponibilizar para a ajuda dos custos, a Ministra da Agricultura referiu que “em bom vigor, o setor vitivinícola não se pode queixar de apoios extraordinários que fizemos desde o primeiro dia de Covid até à atualidade, com medidas para o armazenamento, para a destilação, com medidas muito específicas para fazer face a momentos extraordinários que existiram e que ainda continuam a existir. Para termos uma ideia, nós já atribuímos o apoio extraordinário aos consumos energéticos, ao gasóleo colorido e marcado, estamos neste momento a preparar, até final do mês, um novo reforço para, nomeadamente, aqueles que produzem uvas, para a vinha de regadio e de sequeiro, que vai ser disponibilizado até final deste mês e, estamos a aguardar a publicação do ato delegado, por parte da comissão, para podermos fazer de novo a destilação de crise. Portanto, as medidas estão a ser disponibilizadas, estão a ser implementadas e o setor do vinho não se pode queixar por falta de apoio por parte do Ministério da Agricultura, porque temos acompanhado, não só com as medidas normais, todas as medidas que estão dentro do programa nacional para apoiar o setor vitivinícola, como também das medidas extraordinária para, em momentos excecionais, também termos medidas excecionais”.
Questionada se, durante o Conselho de Ministros, foi tratado o assunto da Barragem do Pisão, Maria do Céu Antunes referiu que “o Pisão é um instrumento capital para o desenvolvimento do Alto Alentejo, faz parte dos investimentos a serem executados no âmbito do PRR, assim como a rede de rega e, portanto, estão a decorrer os procedimentos legais e administrativos necessários para fazer face a uma grande empreitada, que nós contamos, de facto, que crie melhores condições de desenvolvimento para aquele que, é um território bastante fragilizado do ponto de vista económico, social e ambiental e, quer a Barragem do Pisão/Crato, quer o seu sistema de rega, vão criar novas oportunidades para este território”.
Quanto à contestação que o Alentejo tem tido para com o Ministério da Agricultura, a ministra diz que “a contestação faz parte da nossa democracia. Aquilo em que nós nos focamos é no trabalho que desenvolvemos diariamente para podermos ajudar os agricultores portugueses para fazer face a uma produção normal, disponibilizando cerca de mil milhões de euros anuais para o apoio à produção e para as medidas necessárias para poderem continuar a ter uma atividade agrícola que seja rentável, neste momento, com nova ambição que decorre da Política Agrícola Comum, com nova dimensão ambiental, mas também não posso deixar de frisar todas as medidas excecionais que este Governo, desde que estou nestas funções, tomou em momentos particularmente difíceis para os portugueses e portuguesas. Estou a falar da pandemia, em que no primeiro ano disponibilizamos 25 milhões de euros de apoios extraordinários, no segundo, 20 milhões, no ano passado, 2022, um ano particularmente difícil, atendendo que ainda estávamos no rescaldo de uma pandemia, com uma seca e também com uma guerra que veio causar grandes constrangimentos, nomeadamente nos fluxos de abastecimento, e foram de facto os aumentos desproporcionados nos fatores de produção que nos levaram, numa primeira fase, a disponibilizar cerca de 105 milhões de euros aos agricultores e agora, mais 180 milhões de euros, que estamos a acabar de pagar no final deste mês, assim como, já atendendo àquilo que são os efeitos das alterações climáticas, reclamámos junto de Bruxelas, apoios extraordinários para este momento. Aguardamos que a Comissão, a todo o momento, possa aprovar o apoio extraordinário para os estados membro, onde Portugal se inclui, afetados pelas alterações climáticas. Priorizamos o setor pecuário extensivo, tão relevante aqui no Alentejo, a produção de cereais, a apicultura também, assim como, territórios mais a norte, muito fragilizados, com perdas de produção, não cobertas por outras medidas, nomeadamente pela queda de chuva e granizo que destruiu as produções deste ano. Estamos a fazer o nosso trabalho. Neste momento não lhe consigo dizer, mas aguardamos que ande entre os 10 e os 11 milhões de euros e vamos ver que outras condições nos vão disponibilizar para esse efeito, agora, aquilo que os agricultores e todos os portugueses podem contar é com um Governo empenhado e dedicado, para que nada falte nas nossas mesas e que a agricultura seja um fator de desenvolvimento do nosso país”.