Em 2007, foi implementado em Portugal o Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), tendo chegado a 46 corporações de bombeiros de Évora, Beja e Faro, através de 276 rádios, em 2012.
O sistema visa proporcionar às forças de segurança, de emergência, proteção civil e socorro a nível nacional, uma rede única de comunicações.
No incêndio que teve início dia 17 de junho, em Pedrógão Grande, tendo deflagrado durante uma semana, resultando em mais de 60 mortes e mais de 200 feridos, consumindo cerca de 50 mil hectares, alegadamente o SIRESP terá falhado.
Inácio Esperança, Presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Évora, falou à Rádio Campanário sobre o funcionamento do sistema no distrito de Évora, afirmando que “o SIRESP no nosso distrito, está como no país, não funciona”.
Relativamente à tragédia de Pedrógão Grande ter sido possivelmente agravada pela ineficácia do sistema, Inácio Esperança diz que “julgo que pode ter contribuído, mas não é o essencial”.
No distrito de Évora, diz o presidente da federação, são realizados treinos anuais para testar o sistema, sendo enviados os respetivos relatórios para a Autoridade Nacional de Proteção Civil, que consecutivamente dizem “que o SIRESP…tem buracos negros, na maioria das zonas do distrito de Évora”, cobrindo apenas cerca de 40% do distrito.
Inácio Esperança refere inclusive que, pouco tempo antes de um grande incêndio ocorrido no distrito no ano passado em que o sistema falhou, tinha sido reportado o problema ao CODIS, que consequentemente reportou à Autoridade Nacional.
Desta forma, e recordando os milhões gastos no SIRESP, Inácio Esperança declara que, “felizmente, temos a Banda Alta”.
Conclui, afirmando que os Bombeiros “têm que ter uma estrutura própria”, tal como acontece com cada uma das forças que integram a proteção civil.