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Observação astronómica: Saiba como Monsaraz se tornou o centro do astroturismo

Roteiro do Alqueva

Dois observatórios instalados em redor do Alqueva, no Alentejo, aproximam o público em geral da Ciência, dando a conhecer a magnitude e beleza do céu noturno e a importância da sua conservação.

Segundo o Evasões, é de olhos postos no firmamento que se vive as noites na região do Grande Lago de Alqueva, considerado o primeiro destino de astroturismo certificado no Mundo. O título ganho há 12 anos não caiu do céu. Que o diga Apolónia Rodrigues, presidente da associação sem fins-lucrativos Dark Sky. Formada em Gestão e Planeamento em Turismo, começou a trabalhar com municípios e empresários alentejanos em 1998 e foi quem idealizou este modelo de desenvolvimento turístico sustentável.

A Dark Sky, foi fundada em 2007 e pensada “como alternativa à massificação” [da oferta] e com o objetivo de juntar os concelhos de Alqueva em torno de um “recurso comum e diferenciador: o céu noturno”.  A preservação da qualidade do céu noturno, até esse ano não havia obtido resultados, no entanto “de uma preocupação com este recurso, mas sim devido à perda de população e dispersão dos povoados, que levaram a uma menor proliferação da iluminação pública”, explica a presidente da associação Dark Sky.

Sendo Badajoz a cidade mais próxima, o Grande Lago de Alqueva angariou logo uma das três condições para ser um destino certificado. A outra é o facto de ter, em média, 286 noites de céu limpo por ano, e a terceira, dispor de alojamento, restauração e serviços para acolher os visitantes. Em 2011, a Starlight Foundation, criada pelo Instituto de Astrofísica das Canárias com o apoio da UNESCO, declarou-a o primeiro “Starlight Destination” transfronteiriço do mundo.

O céu noturno protegido quantifica-se em perto de 10 mil quilómetros quadrados e abrange 11 concelhos portugueses e 13 espanhóis. A sede e observatório oficial do Dark Sky Alqueva ficam na aldeia de Cumeada, concelho de Reguengos de Monsaraz, numa antiga escola primária do Estado Novo, e concentra grande parte das atividades destinadas tanto ao público em geral como a específico (astrónomos e astrofísicos, por exemplo). As reservas devem ser feitas antecipadamente, online.

A observação noturna é feita com telescópios e orientada por um astrónomo ou um astrofísico, que traduzem a matéria científica para uma linguagem acessível a todos. É possível ver constelações, nebulosas, enxames, galáxias, planetas e cometas, por exemplo. Já a observação solar decorre a meio da tarde e permite admirar as manchas e proeminências solares utilizando telescópios equipados com filtros.

Incluída nas sessões está a visita ao pequeno museu do Dark Sky Alqueva mas, as atividades não se ficam pela aldeia da Cumenda, pois também é possível dar um passeio noturno de canoa, fazer uma prova cega de vinhos à noite e um workshop de astrofotografia, tirando partido da paisagem natural do Alqueva.

Nas sessões de uma hora e meia “todos os dias acontecem coisas”: um cometa em trânsito, uma chuva de estrelas ou outras efemérides científicas. As constelações associadas aos signos e à mitologia também fascinam o público. O Observatório do Lago de Alqueva promove ainda atividades para crianças entre os 4 e os 16 anos, como a construção de relógios de sol e de espectroscópios. “O nosso objetivo é que as pessoas saiam das sessões com mais conhecimentos científicos e que aprendam, divertindo-se”, declarou o atrónomo amador, Leonel Godinho, ao Evasões.

 

Fonte: Evasões

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