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Quarta-feira, Dezembro 11, 2024

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Oleiros de Redondo fazem Arte há séculos:“Inscrição no Inventário do Património Imaterial é um reconhecimento” diz Presidente da CM

O Património Cultural, Instituto Público aprovou recentemente a inscrição, como salvaguarda urgente, das Técnicas de Decoração da Olaria de Redondo no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI). Trata-se de uma manifestação artística que destaca o domínio das competências no âmbito de processos e técnicas tradicionais aplicados à olaria, num processo que foi instruído pela Câmara Municipal.

A loiça decorativa de Redondo, como também é conhecida, segue métodos e técnicas produtivas multiseculares semelhantes às demais olarias nacionais. Contudo, a decoração apresenta padrões estéticos únicos que lhe conferem singularidade no contexto cerâmico nacional, motivos suficientes para que esta inscrição tenha ocorrido.

David Galego, Presidente da Câmara Municipal de Redondo, em entrevista à Rádio Campanário explica que “está em curso um programa de valorização e revitalização da tradição oleira de Redondo” garantindo que o Município está empenhado em preservar esta arte desenvolvendo para tal um conjunto de iniciativas, em várias vertentes para promover e divulgar esta importante “identidade local”.

O Autarca destaca que nos últimos meses a Câmara tem vindo a realizar inúmeros cursos de formação, em conjunto com a CEARTE, assim como workshops de pintura e outros eventos relacionados com a olaria.

David Galego realça que esta inscrição “é de extrema importância porque é uma forma de valorizar esta manifestação artística, mostrando como há mais de um século se pinta e se decora a loiça na nossa terra” enaltecendo ainda a forma muito minuciosa como esta técnica é desenvolvida.

A prática de decoração de olaria de Redondo é assegurada, atualmente, pela Olaria Baeta ou Poço Velho, Olaria Jeremias, Olaria Pirraça de Manuel Inácio Farias Pirraça e Olaria XT. Tradicionalmente as vias de transmissão têm-se sucedido na relação Mestre-Aprendiz em contexto familiar e também profissional. Apesar do saber-fazer se manter ativo, o número de artesãos é reduzido. Atualmente encontram-se ativas oito pintoras e um oleiro, que realiza também a decoração das peças. O número reduzido de detentores desta arte torna absolutamente necessário um plano de salvaguarda e valorização através de formação formal e oficinal do saber-fazer.

A este propósito o EDIL salienta “ver a nossa olaria sem continuidade era para nós ficarmos de coração apertado por algo que representa a nossa história e a nossa identidade e a nossa cultura.”

Esta inscrição revela no fundo, uma preciosa ajuda para que a tradição não morra nesta vila alentejana.

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