À semelhança do Baixo Alentejo, o Alto Alentejo, sobretudo, em concelhos como Elvas, Avis, Fronteira, Campo Maior ou Évora, continua a ser também alvo da instalação de novas monoculturas intensivas e superintensivas de olival, sem um fim à vista. O olival intensivo, também chamado de olival em sebe, e onde se inclui o superintensivo, está dependente de irrigação artificial e utiliza densidades de plantação que estão entre as 10 e 15 vezes mais árvores por hectare do que o olival tradicional, tendo um nível superior de aplicação de fertilizantes de síntese e produtos fitofarmacêuticos relativamente em relação a este.
São vários os problemas ambientais que têm vindo a ser relatados devido à instalação destas monoculturas superintensivas de olival e que tem a ver com a contaminação do ar, dos solos e da água, diminuição de biodiversidade e degradação dos solos, entre outros, sobretudo derivados às práticas utilizadas e aos produtos agrotóxicos usados regularmente nos tratamentos destes olivais.
A Quercus tomou agora conhecimento de mais um projeto de instalação de um olival superintensivo, situado na freguesia de Veiros, concelho de Estremoz. Este olival superintensivo, cujas operações de instalação já se iniciaram, localiza-se mesmo junto à periferia da povoação de Veiros (Bairro Baldio da Eira), a escassos metros de muitas habitações, facto que está a provocar a revolta dos cidadãos locais e que a Quercus considera inadmissível e uma real ameaça à saúde pública local.
Preocupada com os impactes que esta instalação poderá ter no ambiente local e na saúde das populações envolventes, nomeadamente problemas ao nível respiratório e de pele, a Quercus exige que o Ministério do Ambiente e o Ministério da Agricultura não autorizem a instalação do referido olival superintensivo sem estarem salvaguardadas as medidas necessárias de proteção da população, e que passam pela criação de uma área de protecção (no mínimo de 200m) em torno das habitações, onde não seja permitida a instalação do referido olival superintensivo.
A Quercus exige também que a criação destas áreas de proteção em torno das habitações, de modo a proteger a saúde pública das populações, seja uma condição imprescindível para a instalação futura de qualquer olival intensivo ou superintensivo, e que, para a instalação deste tipo de culturas seja obrigatório realizar um processo de avaliação de impacte ambiental, que inclua os respetivos estudos de impacte ambiental, devendo o parecer das autarquias ser vinculativo neste tipo de licenciamentos.