Fenómenos de calor extremo, associados ao aumento global das temperaturas, vão ter cada vez maiores impactos na saúde e provocar mais mortes.
Este é o resultado de dois estudos , realizados por investigadores das universidades de Washington, Estados Unidos, e de Sidney, Austrália. recentemente divulgados, cujos autores recomendam planos de adaptação urgentes.
Um comunicado da revista científica Lancet sobre estes estudos refere “Os impactos na saúde e as mortes por calor extremo estão a aumentar e espera-se que estes efeitos cresçam à medida que as temperaturas globais continuem a aumentar”. Os investigadores alertam ainda que mesmo com as estratégias para abrandar as alterações climáticas as temperaturas continuarão a aumentar, pelo que são necessárias mudanças ambientalmente sustentáveis, nos comportamentos individuais e na adaptação dos espaços humanos para fazer face ao calor.
A revista científica Lancet, publica dois documentos sobre calor e saúde, nos quais, os autores apelam para que o aquecimento global seja limitado a 1,5 graus celsius (ºC) em relação à época pré-industrial, para “evitar uma mortalidade substancial relacionada com o calor, no futuro”. os estudos concluem ainda que medidas eficazes de arrefecimento podem proteger dos piores impactos do calor na saúde referindo que “São necessárias duas abordagens estratégicas para combater o calor extremo. Uma é a mitigação das alterações climáticas para reduzir as emissões de carbono e impedir um maior aquecimento do planeta.
A outra é identificar medidas atempadas e eficazes de prevenção e resposta, particularmente para cenários de baixos recursos. Com mais de metade da população global projetada para ser exposta a semanas de calor perigoso todos os anos, até ao final deste século, precisamos de encontrar formas de arrefecer as pessoas de forma eficaz e sustentável”. A investigadora Kristie Ebi, professora da Universidade de Washington e uma das autoras dos documentos. alerta ainda que a incapacidade de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa levará a um “futuro muito diferente”, com mudanças drásticas nas atividades diárias (como trabalhar ou fazer exercícios) durante o verão, devido ao risco de exposição ao “calor insuportável”, especialmente em regiões tropicais.
A Lancet estima ainda que com o calor extremo, e à medida que as temperaturas sobem, a mortalidade deve aumentar. O calor extremo pode alterar a capacidade do corpo de regular a temperatura interna, trazendo problemas cardiorrespiratórios.
“Dias extremamente quentes ou ondas de calor que foram vividos aproximadamente a cada 20 anos estão agora a ser vistos com mais frequência e poderão mesmo ocorrer todos os anos até ao final deste século, se as atuais emissões de gases com efeito de estufa continuarem sem diminuir. Estas temperaturas crescentes combinadas com uma população maior e mais idosa, significam que ainda mais pessoas estarão em risco de sofrer os efeitos do calor na saúde”, diz Kristie Ebi.
Fonte: Mundo ao Minuto