A Polícia de Segurança Pública (PSP), através do Departamento de Armas e Explosivos, no âmbito das suas competências de investigação criminal na área de armas e explosivos realizou, nos dias 13 de novembro de 2023 e 13 de março de 2024, a Operação “Bala Perdida” (em duas fases), que visou o cumprimento de 7 (sete) Mandados de Detenção fora de Flagrante Delito e 69 (sessenta e nove) Mandados de Busca e Apreensão (sendo 37 domiciliários), nos distritos de Lisboa, Porto, Setúbal e Évora, num total de 15 meses de investigação.
De acordo com o comunicado emitido pela PSP, no âmbito da primeira fase- Bala Perdida I – foi dado cumprimento de 4 (quatro) Mandados de Detenção fora de Flagrante Delito e 11 (onze) Mandados de Busca e Apreensão (sendo 6 domiciliários), no distrito de Lisboa.
Na segunda fase, Bala Perdida II, foi dado cumprimento de 3 (três) Mandados de Detenção fora de Flagrante Delito e 58 (cinquenta e oito) Mandados de Busca e Apreensão (sendo 31 domiciliários), nos distritos de Lisboa, Porto, Setúbal e Évora.
A operação, explica a PSP, “foi desenvolvida com base numa investigação relacionada com o tráfico e mediação de armas de fogo, resultado de uma ação complexa e contínua de pesquisa, análise e produção de informação policial resultante da proatividade policial desempenhada pela PSP, no âmbito da venda e posse ilícita de armas de fogo.”
Desta investigação resultou “a detenção em flagrante delito de 18 (dezoito) indivíduos, onde se destacam 4 (quatro) que se dedicavam ao tráfico e mediação de armas de fogo, e os restantes detidos pela detenção ilegal de arma de fogo e tráfico de estupefacientes” pode ainda ler-se na nota enviada.
O principal suspeito, explica esta força de segurança ” dedicava-se à atividade de compra e posterior venda de armas de fogo, munições, carregadores, silenciadores e outros componentes, fora das condições legais, destinadas a indivíduos que não possuíam qualquer tipo de habilitação legal que lhes permitisse portar armas de fogo.Este suspeito era titular de licença de uso e porte de arma de fogo, tendo desta forma fácil acesso à aquisição de armas de fogo e respetivas munições. Nesta rede de tráfico o principal suspeito operava com outros intermediários que, posteriormente, disponibilizavam armas e munições a indivíduos sem licença de uso e porte de arma. Tinha ainda uma rede de contactos privilegiados ligados à área das armas de fogo, nomeadamente um indivíduo que trabalhava num armeiro e que servia como mediador na angariação de compradores ilegais e que facilitava a compra de munições e componentes de armas de fogo.”
Segundo a PSP no decurso da operação foi possível apreender um total de 107 armas de fogo e 18 730 de munições de vários calibres, bem como outro material relacionado com esta atividade ilícita, nomeadamente:
· 18 armas de fogo da classe A
· 29 armas de fogo da classe B
· 3 armas de fogo da classe B1
· 49 armas de fogo da classe C
· 8 armas de fogo da classe D
· 3 armas de classe G (ar comprimido)
· 159 carregadores da classe A (capacidade de mais de 20 munições)
· 237 munições da classe A
· 5.963 munições da classe B
· 1.052 munições da classe B1
· 10.822 munições da classe C
· 656 munições da classe D
· 3 coletes balísticos
· 3 bastões extensíveis
· 40 armas brancas
· 1 arma elétrica
· 1 boxer
· 8 granadas de mão
· 9 morteiros
· 9 projéteis artilharia
· 1 lança granadas
· 3 artigos de pirotecnia
· 9 Kg de pólvora
· 2 unidades de produtos explosivos (rastilho)
· 5.534,69 gramas de Haxixe
· 22.14 gramas de Cocaína
· 67.45 gramas de Ecstasy
· 10.48 gramas Cogumelos alucinogénios e substâncias psicoativa,
· 173 botijas de Óxido Nitroso (N2O)
· 157 gramas de Liamba
· 2 moinhos para produto estupefaciente
· 13.350 € em numerário
· 4 telemóveis
Para a realização das operações, a PSP envolveu cerca de 200 polícias de várias valências, designadamente do Departamento de Armas e Explosivos, Departamento de Investigação Criminal, Comandos Metropolitanos de Lisboa e Porto, Comandos Distritais de Setúbal e de Santarém, Unidade Especial de Polícia, contando ainda com o apoio da Guarda Nacional Republicana e da Polícia Judiciária Militar.
Os detidos da segunda fase foram hoje presentes a primeiro interrogatório judicial, junto do Departamento de Investigação e Ação Penal da Amadora, para efeitos de aplicação da medida de coação, tendo 2 (dois) deles ficado em prisão preventiva. Na primeira fase da operação ficaram também 2 detidos em prisão preventiva.