A artista de teatro Maria do Céu Guerra, falou à Rádio Campanário sobre as dificuldades que os municípios atravessam e que os têm condicionado na contratação de companhias de teatro.
Maria do Céu Guerra começou por referir que “o nosso teatro está a apanhar ainda a ressaca de umas restrições muito mal feitas e que vêm do Governo anterior e que ainda não houve tempo, nem se calhar meios, de corrigir. Ainda estamos a viver a situação herdada, até porque as revisões são feitas de dois em dois anos, de quatro em quatro anos e ainda não houve tempo para fazer as reservas e eu espero que elas sejam feitas, porque estamos a viver uma situação difícil, ainda muito difícil”.
Instada sobre o facto de o anterior Governo ter suprimido o Ministério da Cultura, Maria do Céu Guerra espera que, “com este Governo, as coisas se alterem, ainda não houve propriamente tempo para as alterações começarem a vir a lume, toda a gente e nós também, os agentes, a verem as alterações, mas estou convencida, pelo que sei, que os atuais responsáveis pela área da cultura e do teatro, que essas alterações irão ser feitas”.
Questionada sobre há muito tempo não representar no Alentejo, a artista expressa que “passamos estes quatro anos praticamente sem sair de Lisboa porque as câmaras tinham enormes dificuldades em convidar e contratar companhias de teatro para virem a estes espaços tão bonitos que foram reconstruidos (…) mas houve uma lei a suspender, a proibir o convite a companhias por causa da austeridade. Durante estes quatro anos saímos muito pouco, normalmente vinha todos os anos a muitas cidades do Alentejo, agora não acontece e ainda não voltou a acontecer como noutros tempos, noutras alturas, e não quero acreditar que o Alentejo se feche ao convite de coisas tão bonitas que acontecem e se devem trocar”.