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“Os bancos de facto fazem aquilo que lhes apetece e sentem-se reis e senhores do país” (c/som)

O deputado João Oliveira, eleito pelo círculo de Évora da CDU à Assembleia da República, no seu comentário desta quarta-feira, 25 de julho, começou por comentar os valores salariais dos empregos criados este ano, acima do salário mínimo. Para depois terminar com uma análise ao sistema bancário, nomeadamente às taxas cobradas no sector, bem como à especulação imobiliária em torno do sector do turismo.

Sobre o facto de apenas 25% dos empregos criados este ano contemplarem a barreira do salário mínimo, João Oliveira diz ser “uma boa notícia” e que “são bons sinais, relativamente às metidas que têm sido tomadas, de reposição de direitos e rendimentos, que têm feito andar a economia”. Ao mesmo tempo que vem “desmentir todo aquele argumentário que foi feito de que o aumento do salário mínimo ia provocar um cataclismo e que as empresas não podem pagar aumentos do salário mínimo”.

Ao mesmo tempo “confirma-se que é esse o sentido que se deve avançar, no sentido da valorização dos salários, das condições de trabalho, das condições de vida, não apenas porque isso é justo, mas também porque do ponto de vista económico e social tem resultados positivos”, afirma o líder parlamentar do PCP, sublinhando que é necessário contrariar a mentalidade da intervenção da Troika no país.

No que diz respeito às taxas bancárias em Portugal, que são das maiores da Europa, ao mesmo tempo que o país tem um dos piores serviços, conforme um estudo da consultora Deloitte, ao mesmo tempo que a banca começa a travar os empréstimos à habitação, João Oliveira considera que “conjuga-se algum espaço de desregulação, em que os bancos de facto fazem aquilo que lhes apetece e sentem-se reis e senhores do país” e “em algumas circunstâncias a própria regulação é feita à medida dos interesses da banca e das suas práticas abusivas”.

Até porque “já se tentou intervir sobre isso” das taxas bancárias, onde “o PCP apresentou na Assembleia da República um projeto de lei para impedir que o saque que os bancos fazem aos clientes por via das comissões possa prosseguir”. Pois, no sistema bancário português “temos coisas verdadeiramente inconcebíveis”, onde em 2017 “os dados apontam que as receitas da banca tenham sido 60% asseguradas por via das comissões”. Isto é “os bancos não vivem do crédito que concedem” nem “da atividade financeira que fazem”, mas sim “da cobrança de comissões”.

Esta situação revela, por isso, “uma dimensão parasitária, que é uma situação incompreensível e injustificável” sobre “os rendimentos das pessoas”, com “relativa impunidade e de mãos livres para fazer aquilo que querem”. Mediante isto “significa que há regras que têm que ser aprovadas, para que esta situação não se mantenha” à imagem das regras que obrigam a conter o crédito à habitação. Pois, “o Banco de Portugal já tinha alertado para essa necessidade” uma vez que “podemos estar a enfrentar uma nova vaga da bolha especulativa no sector imobiliário”.

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