Nuno Miguel Festas, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Redondo, realizou ontem um post, através da sua rede social Facebook, no qual esclarece que, através de discussão em reunião de Câmara, que foi votado pelo PSD a não atribuição de 21 bilhetes à Santa Casa da Misericórdia de Redondo, que se destinavam aos idosos para assistir à corrida de touros por ocasião das Ruas Floridas de Redondo.
O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Redondo, acrescenta ainda que a instituição é proprietária do coliseu de Redondo e que tem um protocolo assinado com Câmara Municipal de Redondo, o qual não está a cumprir, uma vez que, neste tipo de situações, segundo Nuno Miguel Festas, “nas últimas duas corridas foram sempre atribuídos bilhetes” e que “o protocolo não refere, em ponto algum, o número de bilhetes a atribuir por direito à SCMR”.
A Rádio Campanário falou com o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Redondo a respeito do esclarecimento sobre a não atribuição dos 21 bilhetes para os idosos assistirem à corrida de Touros das Ruas Floridas.
Em declarações à nossa redação, Nuno Miguel Festas começou por referir que “à semelhança das últimas duas corridas que ocorreram na Praça de Touros de Redondo, da qual a Misericórdia é proprietária, e que existe um protocolo assinado desde o dia 19 de janeiro de 2008, onde a Praça de Touros está concessionada à Câmara Municipal, para fazer uma série de obras e, depois, usufruir da concessão do mesmo espaço durante 25 anos. Nesse mesmo protocolo existe um ponto, no qual diz que ‘entre os signatários será concretizado o direito a usufruir de lugares do referido espaço’, ou seja, não existe aqui um número de bilhetes a atribuir à Misericórdia. Sei que o anterior executivo atribuía cinco lugares à Mesa Administrativa, como este administrativo também o tem feito, ao longo destas duas corridas desde que nós tomámos posse mas, nós, Mesa Administrativa, achámos por bem, que os bilhetes poderiam ser em número ligeiramente mais elevado, não uma coisa astronómica, mas sim com todo o interesse de concretizar alguma vontade dos utentes do Lar da Misericórdia. Falamos de um número reduzido, porque infelizmente maior parte dos utentes da Misericórdia se encontram com mobilidade reduzida e, nesse sentido, falamos de 14 a 16 utentes, que por norma têm ido sempre à Corrida de Touros e, só agora, por nosso espanto, é que a Câmara Municipal tomou esta atitude”.
“Nas outras corridas, o que tem acontecido é que nós solicitamos os bilhetes, dizemos o numero de utentes que vão e os que estão previstos, de uma forma bastante natural, mas obviamente que aqui existe uma situação, em que a Câmara dá a entender que a Santa Casa da Misericórdia estaria a pedir bilhetes para atribuir a terceiros, que não é o caso. Quando solicitámos os 21 bilhetes, foi na sua totalidade e falamos de cinco bilhetes para a mesa, cerca de 14 bilhetes para os utentes e dois bilhetes para funcionários que os iriam acompanhar e, nesse sentido, ficámos surpreendidos com a atitude da Câmara, quando nos enviaram um e-mail a dizer que, por uma questão financeira, não nos conseguiriam proporcionar os respetivos bilhetes, quando nós apenas estava a pensar cumprir o estipulado no protocolo”, acrescentou.
Questionado se, com o decorrer da reunião foram atribuídos os cinco bilhetes à mesa administrativa e se os idosos da SCMR foram também contemplados com bilhetes pela Câmara Municipal, o Provedor referiu que “os cinco bilhetes que a Misericórdia recebia normalmente para a Mesa foram atribuídos e os outros bilhetes serão levantados junto da Praça de Touros, no próprio dia, como é normal, desde que se faça prova do Cartão do Idoso. Existem vários idosos que não estão abrangidos por essa medida. São cerca de cinco os que estão abrangidos pela questão do Cartão do Idoso, mas os restantes não”.
Questionado sobre não atribuídos bilhetes nas corridas anteriores às últimas duas referidas, Nuno Miguel Festas referiu que “nas corridas anteriores, existia uma outra Mesa Administrativas, à qual eram atribuídos esses cinco bilhetes e o assunto ficava por ali e funcionava tal como agora, em que eram enviados os bilhetes para a Mesa e os restantes eram levantados no próprio dia”.
“O que está aqui em causa não são os outros dois anos, são os anos em que nós estamos à frente da Misericórdia e achámos por bem, neste ponto do protocolo, solicitar aquilo que são os nossos direitos enquanto Misericórdia e de acordo com o protocolo em si, não se trata da Câmara ou da Santa Casa poder ou não comprar os bilhetes. Existe esta alínea que diz que ambos os signatários têm direito a usufruir de lugares no referido espaço e, não fala aqui na quantidade. Nós não queremos bilhetes para dar a pessoas ou utilizarmos bilhetes da Câmara Municipal para fazer ofertas a terceiros, estamos apenas a solicitar bilhetes para usufruto dos nossos utentes”, referiu.
O provedor da Misericórdia acrescentou ainda que “era de evitar este tipo de atritos que estão a criar entre duas instituições que são parceiras, que têm protocolos assinados, que têm deveres e obrigações umas para com as outras e, no meu ponto de vista, não estamos a colocar política misturada nestas trapalhadas, porque nós sempre mostrámos disponibilidade para colaborar, inclusive para renegociar pontos deste protocolo, porque existem coisas em incumprimento. Os bilhetes foram entregues, mas não foi o número solicitado pela Misericórdia”.