O PACT – Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia, presidido por Soumodip Sarkar, inaugurou hoje, 29 de Abril as suas novas Salas Imersivas, o Gaming inPACT. Tratam-se de salas com os melhores equipamentos e tecnologias para uma experiência imersiva “incrível” e única no País. Por enquanto, esta tecnologia que tanto pode ser utilizada na formação empresarial ou no ensino escolar, está só disponível em Évora.
A iniciativa enquadra-se no projecto eGames Lab, que é financiado pelo PRR – Plano de Recuperação e Resiliência e pelos Fundos Europeus Next Generation EU.
O Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia nasceu da vontade de posicionar o Alentejo como centro de inovação de referência global. “Quem diria que no Alentejo podemos ter alguma coisa tão avançada? A visão é avançada tal como alguns dos equipamentos, mas o futuro que gostava de montar será um coisa a nível europeu, e ainda bem à frente”, diz o presidente executivo do PACT à Rádio Campanário.
Refira-se que, desde o início da sua actividade, em 2016, o PACT, instalado em Évora, liga o mundo académico ao empresarial, com o propósito de criar valor para o mercado e para a região. Ao longo dos anos, tem vindo a desenvolver uma rede estruturada de parceiros, a qual tem como objectivo ajudar os empreendedores e empresas a alavancar as suas ideias ou negócios.
Ainda em conversa com a Rádio Campanário, Soumodip Sarkar explicou que esta “foi uma experiência recente. Eu não sou da área do gamming, não entendo nada disto. Fizemos um evento no ano passado e tínhamos uma salas cheias de jovens, alguns até vieram do Porto; foi nessa altura que pensei, então estou a fazer algo que também não é só para empresas, não é só para a pessoas aqui do Alentejo, aqui de Évora, mas também para jovens. Foi nessa altura que tive a ideia: por que não investir nessa área?”
“Acontece que o PACT faz também parte do projecto eGames Lab. Falei com alguns jovens e todos gostaram da ideia de que aqui, no Alentejo, em Évora, poderiam ter um hub à volta do gamming. E como trabalho nas minhas pesquisas na área da inteligência artificial, a seguir notícias para empresas, para startups — acabei de dar uma palestra internacional sobre o tema — pensei, por que não juntar essas duas coisas?”, acrescentou Soumodip Sarkar.
E adiantou que “foi juntando essas duas coisas que nasceu a ideia das salas imersivas, as quais não temos ainda condições ideais para as ter, mas tem a ver com o conceito dos metaversos. Vejo muito futuro, quer no ensino, quer em várias das nossas actividades, nestas experiências imersivas basicamente a palavra mais curta e metaversos portanto
Segundo Soumodip Sarkar, “estamos a iniciar hoje uma nova etapa do PACT, que a própria CCDR [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo] e a União Europeia não sabem onde encaixar, porque não encaixa bem nas coisas tradicionais. Mas vejo muito futuro nesta área porque a nossa vida é cada vez mais virtual. Então porque não termos também mais experiências virtuais, mais imersivas, com experiências o mais reais possíveis?”. “Conheço vários pontos do Mundo onde fazem coisas parecidas, que quero fazer também aqui, também no Alentejo. Ninguém esperaria uma coisa assim no Alentejo”.
Mas em termos práticos para que servem estas salas imersivas que representam um investimento de 130 mil euros? “O potencial é enorme, por exemplo, uma empresa pode dar uma formação sobre como usar máquinas, mas sem precisar de ter máquinas físicas. Podemos criar jogos de gamming, em geral, e com o apoio de óculos virtuais, óculos 3D, os formandos podem ter uma experiência como se realmente estivessem as máquinas a funcionar”, disse o presidente do PACT. Veja-se o caso do sector da aeronáutica, onde as máquinas são muito caras; as empresas pode dar formação de modo virtual.
Mas, Soumodip Sarkar referiu que “ainda não temos todo o equipamento, porque custa muito dinheiro. Só uma parte deste projecto é financiado [em grande parte por financiamento do PRR], o resto é pela nossa vontade e estamos a contar com mais apoios. Mas esperamos adquirir mais equipamentos até ao final do ano”.
Entrevista de Augusta Serrano; Texto de Carlos Caldeira