Tal como a Rádio Campanário já lhe noticiou, o Crato viu hoje ser inaugurada a 36.ª da sua Feira de Artesanato e Gastronomia. A Rádio Campanário esteve presente e falou com o antigo presidente do município, António José Leitão, que nos contou de onde é originário o Festival e como decorreram as primeiras edições.
Aos microfones da Campanário, António Leitão, não esconde a felicidade em ter sido o mentor de um festival que, nos dias de hoje, atrai milhares de visitantes à vila do Crato. Foi numa Feira onde esteve, em Portalegre, que o ex-presidente socialista, se inspirou para colocar o Crato nos principais roteiros de feiras do país. Acrescentou-lhes a gastronomia e a animação musical, para lá da etnografia, e criou uma “receita de sucesso” no seu município.
As duas primeiras edições, António Leitão contou-nos que foram gratuitas com o objetivo de atrair e captar visitantes e, a pouco e pouco, foram sendo implementadas as entradas pagas, com valores residuais nos primeiros anos. Com o passar dos anos e também por ter artistas mais sonantes em cartaz o Festival do Crato passou a ter entradas pagas com preços que acompanhavam a sua qualidade. No entanto, garante-nos que o intuito nunca foi o da Câmara que presidia ganhar dinheiro, mas sim o de promover a riqueza cultural e patrimonial da vila.
Mas nem tudo foram rosas e o antigo edil cratense chegou mesmo a temer, em determinada altura, o fim do Festival do Crato. “Tive quatro anos com azia, tinha entrada uma força política que era contra isto (Festival do Crato), mas não tiveram coragem de o destruir, mas baixou de nível”, assegura.
Quando Joaquim Diogo recuperou a Câmara para os socialistas foi um “alívio” para António Leitão, uma vez que considera que o Festival voltou a estar elevado a um patamar superior e não esconde, nitidamente, o “orgulho daquilo que construi”, concluiu.
Recorde-se de que António José Leitão foi o primeiro presidente da Assembleia Municipal do Crato pós 25 de abril, tendo depois sido eleito vereador e presidente durante três mandatos. Desempenhou, ainda, o cargo de Adjunto do Governador Civil de Portalegre durante dez anos.