A Escola Secundária Públia Hortênsia de Castro tem um diferendo com a Parque Escolar (empresa público-privada), por problemas de falta de manutenção, nomeadamente dos sistemas de climatização (AVAC), e dos equipamentos de cozinha.
As escolas pertenciam ao Estado até 2012, altura em que foram remodeladas e ficaram a cargo da Parque Escolar, que recebe uma renda pelas obras feitas, e uma verba mensal para manutenção dos espaços escolares.
Inácio Esperança, presidente do Conselho Geral do Agrupamento de Escolas de Vila Viçosa, em declarações a esta estação emissora, aponta a manutenção do espaço não se tem verificado, tendo começado “logo no início (2012) por estramos 2 anos sem manutenção”.
Inácio Esperança avança que o caso do Agrupamento de Escolas de Vila Viçosa, paga anualmente à empresa cerca de 700 mil euros anuais, dos quais, cerca de 250 mil euros são destinados à manutenção do interior. “Essa verba chega à escola dividida por tranches, e é transferida mensalmente para a Parque Escolar”.
“O Agrupamento de Escolas paga à Parque Escolar uma verba para manutenção, por ano, de 230 a 250 mil euros”
Contudo, o sistema de ar condicionado e ventilação, responsabilidade da Parque Escolar, “não funciona na escola e durante o pouco tempo que funcionou, funcionou mal”, o que aliado a janelas mal calafetadas, sujeita a comunidade escolar às temperaturas sentidas no exterior. “No verão as crianças sentem um calor imenso nas salas, e no inverno, muito frio”, aponta.
Também na cozinha se verificam avarias nas máquinas, que “levam algum tempo a ser recuperadas”.
“Começou logo no início por estarmos 2 anos sem manutenção, não havia empresa de manutenção”
A necessidade de resolução do problema de manutenção foi transmitida à empresa “já por várias vezes”, tendo inclusive ocorrido recentemente uma reunião com representantes da Parque Escolar do distrito de Évora, de onde saiu o compromisso, por parte da empresa,” de tentar arranjar a questão do AVAC, e de resolver os problemas que existem na cozinha, nas casas de banho e nos balneários”.
No que concerne a justificações apresentadas para a falta de manutenção, estes “disseram […] que a empresa de manutenção que estava antes, tinha dito que estava tudo bem”. Contudo, o representante do agrupamento garante ter enviado várias cartas durante o período de vigência desta, e o problema nunca foi resolvido.
Questionado sobre a intenção de pedir o retorno do valor pago pela manutenção que não foi efetuada, o dirigente aponta que “não podemos deixar de pagar” independentemente da qualidade e realização ou não do serviço.
“Antes de 2012 tínhamos uma escola que funcionava […] e neste momento pagamos este valor e continuamos com o problema por resolver”
O assunto já havia sido enviado “para a Assembleia da República, para os grupos parlamentares, para o Ministério da Educação, para a DGEST”, “toda a gente tem conhecimento desta situação”, mas ainda não houve qualquer abertura do governo para a situação, até ao momento.
Mais acrescenta, que “a escola está interessada em ficar com a verba para manutenção” para a realizar, uma vez que já é responsável pelos espaços exteriores, que estão fora do acordo entre o Governo e a Parque Escolar. “De certeza que com esses 240 mil euros por ano, se fosse a escola a fazer a manutenção, não havia aqui problemas […].”