O Natal remete-nos para a família, a alegria contagiante das crianças, a árvore de natal, os presentes.
É por excelência uma altura do ano em que valores como a partilha, solidariedade, empatia, estão mais presentes.
Apesar de cada pessoa viver esta época do ano à sua maneira, ela reveste-se sempre de uma magia e encanto especiais.
A Rádio campanário esteve em Foros da Fonte Seca, concelho de Redondo, e falámos com alguns habitantes para saber como é que eles passaram a sua noite de consoada.
Teresa Barroso Laranjinho, tem 82 anos de idade mas continua astuta na forma de se expressar e é uma comunicadora nata.
Em tempos esteve “aos comandos” da única mercearia da localidade, um negócio de família, mas o passar dos anos ditaram a sua passagem para a sua filha. Ainda assim, sempre que pode está lá para ajudar e foi lá que a encontrámos um dia depois do Natal.
Conta-nos como passou esta quadra festiva. Começa por realçar que foi um Natal “bom e com saúde e isso é o mais importante.”
A noite de consoada foi passada com o marido, o seu companheiro de sempre. A filha, o genro e a neta também a visitaram apesar de “não haver jantarada” como nos contou. Nem sempre é habito a família juntar-se na noite de consoada.
Pela idade diz que “já não quer sair da sua casinha”. Teresa Barroso Laranjinho acha que o natal de antigamente era melhor “antes trabalhava-se muito e ganhava-se muito” referindo-se ao negócio “que lhe corre nas veias”.
Lembra-se da casa cheia de gente , momentos “mais animados mas também mais trabalhosos”.
Diz-nos ainda que na sua vida “nunca houve muitos tempo, foi sempre uma vida muito apertadas e por isso os únicos bocadinhos livres eram à noite “.
Quando era mais nova, depois do trabalho, “juntava-se à família mas agora já não quero sair daqui.”
Perante a sua determinação, questionámos-lhe se ficar em casa só com o marido, nesta noite, não lhe causava alguma tristeza, respondeu-nos “não, de forma nenhuma, estou mais descansadinha.”
Apesar do sossego que prefere nesta época do ano, Teresa Barroso Laranjinho não deixa de ter o seu desejo de Natal: “saúde para si, para os seus e para todos .”