Segundo os dados do Instituto nacional de Estatística (INE), no Boletim Mensal de Agricultura e Pesca, a instalação dos cereais de inverno está a ser condicionada pela escassa precipitação (principalmente no Alentejo) e pela subida dos preços dos meios de produção, prevendo-se assim a manutenção da área semeada.
Por outro lado, no Ribatejo, Alentejo e Algarve, a persistência da situação de ausência de chuva dos últimos três meses, agravada pela diminuição das temperaturas, conduziu a um fraco desenvolvimento vegetativo, com um cenário particularmente grave no Baixo Alentejo e Alentejo Litoral, onde são raras as pastagens já germinadas. A produção forrageira da campanha 2020/21 (entre 10% e 20% superior à anterior), permitiu um maior armazenamento de fenos e silagens, garantindo o reforço da suplementação da alimentação dos efetivos explorados em regime extensivo (necessário para fazer face à escassez de matéria verde nas pastagens).
A escassa precipitação ocorrida durante nos últimos três meses no Alentejo (principal região produtora de cereais de inverno, com cerca de 4/5 da produção total nacional), aliada à subida dos preços dos meios de produção, moderou as expetativas quanto a um potencial aumento da área semeada destas culturas.