O porta-voz de um movimento da pesca de todo país disse hoje que o setor se sente “traído” pelo Governo por não participado na elaboração da proposta que cria cinco áreas de exploração de energias renováveis no mar.
Em declarações aos jornalistas, no final de uma reunião em Viana do Castelo que juntou associações de armadores, organizações de produtores e sindicatos das pescas, Francisco Portela Rosa adiantou que o movimento vai pedir uma reunião com “caráter de urgência” à comissão parlamentar de agricultura e pescas. “Sentimos que o senhor diretor-geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) traiu o setor da pesca”, afirmou o representante do movimento associativo da pesca portuguesa.
Em causa está a consulta pública da proposta de criação de cinco áreas de exploração de energias renováveis no mar, ao largo de Viana do Castelo, Leixões, Figueira da Foz, Ericeira-Cascais e Sines, que começou em 30 de janeiro e termina em 10 de março.
No encontro, onde disse terem participado todas as associações da pesca costeira, local, do arresto e os sindicatos, ficou decidido pedir uma reunião com “caráter de urgência” com a comissão parlamentar de agricultura e pescas e, “a partir daí desencadear tudo o que for necessário para que este processo” decorra de forma diferente.
Francisco Portela Rosa apelou ainda à intervenção das autarquias incluídas nas áreas onde está prevista a criação dos parques eólicos no mar. “As autarquias têm um peso grande na decisão, na viabilização ou até no licenciamento desta atividade. Esperamos que tenham um peso suficiente para tentar alterar o que tem de ser alterado”, disse. Defendeu ainda que “todas as Comunidades Intermunicipais (CIM) afetadas devem receber 20% da faturação que estas empresas fizeram” com a criação dos parques eólicos ‘offshore’.
Fonte: Observador