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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Plataforma “Juntos pelo Divor” apela à suspensão do licenciamento de fotovoltaicas em Évora.

A Plataforma Cívica “Juntos pelo Divor – Paisagem e Património” enviou um memorando à Presidência da Assembleia da República, expressando a sua preocupação com a instalação de duas megacentrais solares fotovoltaicos na bacia da barragem do Divor, a cerca de 10 km de Évora. Os projetos, que ocupam uma área de 650 hectares, são promovidos pelas empresas Incognitworld 3 Unipessoal, Lda, e Hyperion Renewables Évora, SA.

Embora a Plataforma apoie a transição para energias renováveis, sublinha que a implementação de grandes projetos como estes deve respeitar o património natural, cultural e histórico da região. No memorando, os membros destacam a necessidade de um Plano de Ordenamento Nacional para garantir uma articulação equilibrada entre energias renováveis, biodiversidade, agricultura sustentável e património histórico-arqueológico.

A Plataforma aponta ainda que a responsabilidade pela criação dos megaparques recai principalmente sobre o Governo Português e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que autorizaram os projetos sem considerarem os impactos na paisagem e no turismo local, essenciais para a economia da região. A proximidade de Évora, Património da Humanidade e futura Capital Europeia da Cultura 2027, agrava ainda mais a necessidade de preservar o território.

O memorando também alerta para a proliferação de grandes projetos fotovoltaicos no Alentejo e destaca exemplos de resistência local em regiões como Cercal, Santiago do Cacém e Tavira, onde os habitantes contestam os impactos ambientais e paisagísticos.

A Plataforma apela à Assembleia da República para que suspenda os licenciamentos dos dois megaprojetos em Graça do Divor e Igrejinha, promovendo a relocalização das centrais para áreas já artificializadas. Também sugere a descentralização das megacentrais, limitando a área máxima contínua de parques fotovoltaicos, e propõe que os processos de consulta pública sejam mais eficazes e participativos.

A defesa da paisagem e do património do Alentejo, segundo a Plataforma, deve ser prioritária, não apenas para as gerações presentes, mas também para as futuras.

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