Na nossa rubrica Revista de Imprensa de hoje, 31 de março, o deputado João Oliveira do Partido Comunista Português (PCP) declarou à Rádio Campanário a sua posição relativamente ao Parlamento votar hoje a extenção do prazo das moratórias - qual a posição do seu partido sobre este assunto, e sobre os 3 diplomas com as medidas sociais urgentes que Marcelo Rebelo de Sousa promulgou.
Sobre a extensão do prazo das moratórias, o PCP propôs o adiamento para 6 meses, visto qus este é um problema que se arrasta há um ano e agora com maior preocupação, declara o João Oliveira. O nosso comentador afirma que "as pessoas não têm condições de vida, laboral, social, económica para poder fazer face aos encargos do crédito". "É necessário saber se se deixa cada um entregue a si próprio ou se se tomam medidas para extender as moratórias assegurando a possibilidade de acesso às mesmas, em condições adequadas às necessidades de cada um".
O PCP propõe assim a extensão das moratórias por mais um ano e a possibilidade de nos próximos 6 meses ainda se poder aceder às moratórias, como exemplo "o caso das empresas que apesar de terem condições para funcionar, podem eventualmente ainda não ter reuperado a sua atividade, não tendo condições destas responsabilidades".
João Oliveira enaltece que o partido propõe que "as medidas de resposta às dificuldades que a pandemia trouxe, possam pelo menos aguentar-se enquanto houver dúvidas sobre quando é que podemos regressar à normalidade". Durante o período em que as pessoas não tiveram a sua atividade normalizada, que fiquem dispensadas de pagar o crédito, e que esse tempo seja adicionado ao prazo final, ou seja, um crédito que terminasse em 2030, terminaria assim em 2031, declara o nosso comentador.
Acredita que a sua proposta contribui para o equilíbrio do sistema financeiro também, para que os bancos não sejam de repente confrontados com uma situação que não conseguem lidar. "Se as moratórias não forem extendidas temos uma situação de falência em dominó", sublinha o nosso comentador.
Sobre os diplomas promulgados pelo Presidente da República relativamente aos apoios sociais, João Oliveira acha que o governo deveria aplicar as medidas sem levantar obstáculos às medidas do PR. E enaltece que seria uma "péssima possibilidade" o governo exercer um "braço de ferro" para com a Assembleia da República, uma vez que estes "apoios sociais são absolutamente urgentes".