“Extremamente lamentável”, é desta forma que Salvador Malheiro, dirigente nacional do PSD, classifica a resposta dada pelo Partido Socialista à proposta social-democrata de adiamento por 60 dias das eleições autárquicas deste ano.
Na semana passada o PSD propôs o adiamento por 60 dias das eleições autárquicas previstas para finais de setembro, princípios de outubro deste ano, “de forma a que os milhares de candidatos possam apresentar-se de forma segura às suas populações, porque nestas eleições, ao contrário das presidenciais e das legislativas, existe uma necessidade muito grande de um contacto quase porta a porta com o eleitorado”, explica Salvador Malheiro.
“A realidade do país não é só Lisboa, o Porto e mais duas ou três câmaras grandes onde a mensagem pode ser passada através dos grandes órgãos de comunicação social”, diz o dirigente do PSD, acrescentando que “o que está em causa é o lançamento de uma reflexão para com tempo, planeamento e preparação se equacionar a possibilidade de um adiamento”
À proposta do PSD, o Partido Socialista respondeu que se trata de uma iniciativa para resolução de problemas internos do PSD, ao que Salvador Malheiro responde agora na Rádio Campanário dizendo que a posição socialista é “extremamente lamentável”, sobretudo quando “o que se vê é uma enorme confusão no seio de PS, com ministros a desafiarem o primeiro ministro, com o primeiro ministro a desautorizar ministros, e com uma guerra aberta entre os socialistas como se viu nas presidências”. O objetivo da resposta socialista só pode ser “esconder tudo isto”, conclui o dirigente social democrata.
Aos autarcas sociais democratas que também já se mostraram desfavoráveis à proposta do PSD, Salvador Malheiro diz que “toda a gente tem a legitimidade de estar contra ou a favor”, mas lembra que o PSD “tem milhares de autarcas e não podemos a partir de uma árvore generalizar para toda a floresta”.
A finalizar, Salvador Malheiro deixa ainda um aviso: “Se as coisas não correrem bem e não tivermos condições de fazer uma campanha saudável, em segurança, com contacto com a população, depois o país que não se esqueça pelo menos de que o PSD a tempo e horas lançou a discussão essa possibilidade.”