O eurodeputado Carlos Zorrinho, no seu comentário semanal desta terça-feira, dia 6 de fevereiro, começou por falar em torno da necessidade de reformas governamentais que reduzam a proteção laboral dos trabalhadores efetivos, defendida pela Comissão Europeia.
O comentador recorda que “essa sugestão das reformas laborais” já foi aplicada pelo governo anterior, não tendo resultado em mais produtividade ou empregabilidade para o país.
Surgindo como “uma visão de uma parte dos decisores políticos em Bruxelas que são a favor de uma política de completo domínio do mercado sobre os direitos”, são desnecessárias para Portugal, que necessita sim de “reformas do conhecimento, do sistema de saúde, da segurança social, na justiça”.
O eurodeputado defende a necessidade de “contratos mais flexíveis”, apontando que a “flexibilidade não pode significar precaridade”.
Relativamente ao protesto, sob a forma de carta, encetado pelos médicos recém-especializados em medicina geral e familiar, que ainda não foram colocados, recorda a burocratização existente nos “processos concursais em todas as áreas da administração pública”.
Sobre o assunto, recorda que esses médicos acabam por não escolher a região Alentejo para exercer funções, sendo assunto em debate, a “garantia de os médicos que fizerem a especialização nos hospitais do Alentejo, terem que dar uns anos a esses hospitais”. No passado, foi um importante fator de fixação de jovens médicos.
Questionado sobre a Operação Fizz, o eurodeputado declara que a “a justiça é para se exercer, não para se comentar”, devendo ser notícia apenas a título informativo.
Relativamente ao arquivamento do processo que alegava corrupção de Mário Centeno, afirma que o “processo podia ter causado” dano, “e causou algum”.
No Parlamento Europeu, existem “oportunistas do partido mais à direita” que “estão com muita azia e não conseguem digerir que com uma política diferente consiga resultados macroeconómicos”. Estes predispuseram-se a “fazer um debate sobre a alegada corrupção do ministro das finanças, para denegrir Portugal e o presidente do eurogrupo”, tendo sido o debate evitado por intervenção dos eurodeputados portugueses de o PPE.
“É preciso que a justiça não seja uma espécie de espetáculo”, conclui.