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População contra instalação de suinicultura junto à aldeia do Lousal em Grândola

Foto: Ministério da Agricultura

A população da aldeia mineira do Lousal, no concelho de Grândola está contra a instalação de uma suinicultura intensiva em terrenos próximos da povoação, estando a decorrer um abaixo-assinado para travar o processo.

O projeto foi apresentado por uma empresa de Ermidas-Sado, no concelho de Santiago do Cacém, que “adquiriu um terreno contíguo aos terrenos do Lousal”, para a construção de “uma suinicultura intensiva”, disse à Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Azinheira dos Barros e São Mamede do Sadão, Ricardo Rufino.

“Há um projeto da empresa Sias, de Ermidas-Sado, que já deu entrada na Câmara Municipal de Grândola e também está em avaliação junto de entidades competentes e, se necessário, será feito um estudo de impacto ambiental desta construção”, revelou.

Além da proximidade à povoação, uma vez que os terrenos para onde está prevista a construção da suinicultura “em linha reta, não distam um quilómetro” da aldeia, “há um lençol de água pelo meio, que é a barragem da Tapada, prejudicando também a fauna e a flora existente no Lousal”, alertou.

Para o autarca, “além de não criar postos de trabalho, aquilo que faz é danificar tudo o que está construído, devido à passagem contínua de camiões para o transporte dos animais e o próprio cheiro”, reforçou.

Temendo que a instalação da suinicultura possa prejudicar o desenvolvimento e os investimentos turísticos que têm vindo a ser realizados pela empresa Sapec, proprietária da mina do Lousal, “com vista à sua revitalização”, a Junta de Freguesia lançou um abaixo-assinado para tentar travar o processo.

Nos últimos anos, a Sapec “transformou a antiga central elétrica num Museu Mineiro, recuperou outros edifícios pertencentes à mina, dando origem ao Centro de Ciência Viva do Lousal, reabilitou o antigo armazém da mina num restaurante, a antiga casa de direção no Hotel Santa Bárbara, e tem vindo a requalificar, com a junta, o espaço público”, exemplificou.

No seguimento destes investimentos, “os municípios de Santiago do Cacém e Grândola, em conjunto com a Sapec, estão a concluir um plano de pormenor para as localidades de Faleiros e do Lousal que vai permitir a venda de terrenos da empresa a um grande grupo nacional ou estrangeiro para vários fins, um deles a construção de habitação sénior turística”, adiantou.

Considerando que a possibilidade da construção da suinicultura “poderá prejudicar o projeto” turístico, o autarca reconhece que a junta “não tem meios legais ao seu alcance para impedir esta construção”, mas está “ao lado das nossas gentes que são contra a construção desta suinicultura, que vai prejudicar em muito o projeto turístico do Lousal”.

O abaixo-assinado, que conta também com o apoio da empresa Sapec, “já está a circular para que todas as pessoas, não só as que vivem na freguesia de Azinheira dos Barros, como aqueles que estão contra esta construção, possam assinar mostrando a nossa força”, adiantou o autarca, admitindo “ir para a rua reivindicar o que é melhor para o Lousal”.

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