A XVII edição da Feira do Montado vai animar Portel, até ao dia 4 de dezembro.
Trata-se de um certame organizado pela Câmara Municipal de Portel que tem contribuído para a promoção e valorização do montado, um acontecimento de importância económica, ambiental, cultural e científica, de âmbito nacional e internacional.
Durante os cinco dias da feira, expositores de diversas empresas do sector florestal, especificamente do sector da cortiça, dos agroalimentares, restauração e do comércio em geral, têm a oportunidade de promover e comercializar os seus produtos e desenvolver oportunidades de negócio.
A inauguração oficial da feira aconteceu ao final da tarde desta quarta-feira, dia 30 de novembro, na presença de um conjunto alargado de entidades, do qual fez parte o Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos e o Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Amândio Torres.
Antes disso decorreu um debate público sobre a Reforma da Floresta, que se insere no período de discussão pública alargada sobre o conjunto de 12 diplomas aprovados pelo Governo para o sector florestal e em que o governante esteve presente.
O presidente do Município de Portel, José Manuel Grilo, no seu discurso disse que “em cada edição há sempre coisas diferentes” e este ano o destaque vai para “o novo programa de reforma das florestas que os nossos governantes iniciaram aqui a debate publico em que está aberto às questões, às criticas e aos contributos de todos os agentes das florestas de forma a que um dia mais tarde vamos ter uma floresta ordenada e que nos dê alguma sustentabilidade a essa mesma floresta”, salientando a importância do Governo “querer saber a opinião do público”.
Norberto Patinho, presidente da Assembleia Municipal de Portel e deputado na Assembleia da República, declarou à Rádio Campanário que a Feira do Montado tem “uma envolvência muito grande”, já que em Portel “foi trilhado um caminho em defesa e valorização do Montado como um todo”.
Salienta que “era normal falar-se de cortiça, do sobreiro, da azinheira”, mas o que de facto se quis valorizar foi “o todo”, tudo o que está associado “e pode ser economicamente importante, quer em termos de rentabilidade para os produtores e para os proprietários, retirar proveito e partido do Montado e isso passou para a preocupação comum”.
Norberto Patinho lamenta que o Centro de Valorização do Montado tenha sido encerrado pelo anterior Governo, sem que tenha sido dada uma explicação, depois do investimento que representou para a autarquia de Portel, daí que José Manuel Grilo tenha pedido ao Ministro da Agricultura para que olhasse para esta questão, ao que foi prometido “pensar e ver se faz sentido ou não”.
O Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, diz que é um certame que acompanha desde a primeira edição “que se tem afirmado e consolidado e é um certame que o Governo considera muito importante”, já que “promove um dos nossos mais importantes ativos”.
Salienta que “dentro da floresta portuguesa, o Montado de sobro e azinho é um ativo relevante por todas as razões; económicas, sociais e ambientais, porque o Montado não é só cortiça, o Montado encerra em si um vasto conjunto de mais valias económicas que temos cada vez mais que aproveitar convenientemente”, salientando que “tudo o que possa valorizar, promover, defender este ecossistema único, é naturalmente muito bom e o Governo com a minha presença aqui, pretende sensibilizar este reconhecimento como um importante contributo”, sendo também, “um espaço lúdico que se afirma como uma componente cultural forte”.
Questionado se pretende que o Centro de Valorização do Montado volte a ser implementado em Portel, o governante afirma, “tudo o que seja produção de conhecimento, divulgação desse conhecimento, é importante”, avançando que foi assinado esta quarta-feira “com 32 entidades, aquilo a que chamamos um centro de competências que inclue desde o Instituto de Investigação do Ministério da Agricultura a Universidades, Politécnicos, organizações de produtores, autarquias locais, uma entidade que poderá recorrer a fundos comunitários para trabalhar na busca de conhecimento que permita inovações”.
O Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Amândio Torres referiu à reportagem da Rádio Campanário que não é a primeira vez que está presente na Feira do Montado, “é sempre bom ver estas manifestações”.
Questionado sobre a dificuldade destas feiras captarem a vinda de pessoas apara além dos respetivos concelhos, diz que “essa dinâmica só pode acontecer se houver uma capacidade de dinamizar a organização dos municípios que têm em comum, a produção do Montado e fazerem isso coletivamente, porque cada município por si não consegue criar estrutura” para o fazer, “porque isto não se resolve com programas /espetáculos que atraem pessoas, mas isso requer uma grande capacidade de organização e junção de interesses de diversos municípios”.
O presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, António Ceia da Silva, expressou a esta Estação Emissora que estes eventos são importantes para os turistas que estão no território, terem “mais uma oportunidade de visita”, sendo “importante que haja aqui uma grande investigação entre a organização das feiras e as unidades de alojamento no sentido da sua divulgação”.
Para além disso, segundo Ceia da Silva, “valorizam a comunidade local e trazem os agentes locais, os produtores dos produtos endógenos, os queijos, os enchidos, os vinhos”.
Salienta que esta feira tem “uma dinâmica muito especifica, porque foi aqui que que se começou a trabalhar na coordenação da candidatura do Montado a Património da Unesco”, uma candidatura que “está muito bem encaminhada e estamos a aguardar os financiamentos dos fundos estruturais para avançarmos com a segunda fase da candidatura, porque o trabalho técnico está todo realizado”, não tendo duvidas de que “em 2018 poderemos estar a festejar a elevação do Montado a Património Mundial”.
A animação será um dos principais atrativos da feira, através dos espetáculos com grandes nomes da musica nacional, nomeadamente, Diogo Piçarra, Miguel Azevedo, Amor Electro, Pedro Abrunhosa, entre outros, e ainda uma Noite de Fados com Fábia Rebordão, Jorge Fernando, Marco Oliveira, Silvana Peres e José Gonçalez.
