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Quinta-feira, Novembro 21, 2024

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Porto Covo: Joachim Koerper ambiciona conquistar uma Estrela Michelin no Alentejo, no Alma Nómada

 

O restaurante Alma Nómada, em Porto Covo, agora conta com o chefe Joachim Koerper. Com uma estrela Michelin pelo restaurante Eleven, em Lisboa e com a consultoria na Herdade da Malhadinha Nova, no Alentejo, o chefe tem a ambição de conquistar a estrela Michelin em Porto Covo.

 

O menu deste restaurante a 500 metros da praia de Porto Covo, dentro de um parque de campismo, tem agora a assinatura de Joachim Koerper e a “participação” de produtos regionais alentejanos, como a ameixa de Elvas, utilizada para dar um toque doce ao fois gras servido no restaurante.

O que se segue não é só para saborear. Há que apreciar a cor e a beleza com o que vem arrumado da cozinha. No entanto, é depois de prová-lo que nos saem os suspiros. De uma só colherada podemos apreender todas as texturas, do cremoso das ervilhas do Alentejo à crocância do crumble de chouriço de porco preto, terminando na desfaçatez da gema do ovo cozinhado a baixa temperatura, a esvair-se prato fora. Faça-se aqui um parêntesis para registar que nunca faltam flores comestíveis a aprimorar a aparência dos pratos (“é primavera, está tudo florido lá fora”), assim como a já mítica assinatura Koerper: um cubinho de tomate com um pedaço de folha verde por cima.

 

 

O momento seguinte leva-nos de imediato até Espanha, pois só lá é que cozinham esta deliciosa fideuá negra – massinha fininha que ganha esta cor à custa da tinta de choco. Por cima deste manto preto, reside um carabineiro grelhado no ponto exato. Quando lhe damos a primeira trinca, pensamos: “Viva a descentralização, que deixa de nos obrigar a estar na cidade para provar maravilhas deste calibre.” O peixe do dia é salmonete da lota de Sines, a poucos quilómetros daqui. E que sorte apreciá-lo assim, arranjadinho, sem espinhas, já que esta espécie normalmente dá muito trabalho a comer, e, ainda por cima, temos como companhia um caviar de limão – como é delicioso rebentar estas minúsculas bolinhas. Como guarnição temos um arroz cremoso de citrinos do Lugar do Olhar Feliz, esse famoso pomar que não quer nada com jornalistas…

 

Chegados aqui, é tempo de arrependimento, como já dissemos. A terrina de cabrito confitado aterra na mesa ao mesmo tempo que o carré de borrego do pasto alentejano e fazem-se ambos acompanhar de beringela e parmesão. Confessamos que não temos arcaboiço para tudo, até porque queremos guardar-nos para os segredos de Cíntia. A chefe de pastelaria chega à mesa trazendo na mão um bonsai em que estão penduradas ganaches cítricas para limpar o palato no momento certo. Este é só um aperitivo para as sobremesas e petit fours. Tudo o que se passou a seguir está no domínio do pecado da gula. E, já se sabe, os pecados não são para confessar assim, à frente dos nossos leitores. E depois têm de ser digeridos no breu da noite, fazendo o caminho mais longo até chegarmos ao bungalow.

Para ler o artigo na íntegra, clique aqui

 

Fonte: Visão

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