Três medalhas de ouro e um total de 17 pódios fazem da presença portuguesa nos Campeonatos Ibero-americanos de atletismo disputados em Alicante, este fim de semana, a melhor das últimas duas décadas.
Com efeito, é preciso recuar a 1998, na edição organizada em Lisboa por ocasião da Expo-98, para encontrar melhor que o conjunto de resultados agora conseguidos no sul de Espanha, em que sobressaem os ouros de Isaac Nader nos 1.500 metros, de Leandro Ramos, no lançamento do dardo, e de Jessica Inchude, no lançamento do peso.
Portugal fecha em quinto no quadro de medalhas, com 17 medalhas, das quais três de ouro, seis de prata e oito de bronze.
Destacada dominadora, a Espanha fica com 14 ouros, oito pratas e oito bronzes. Seguem-se República Dominicana (6/5/3), Cuba (5/3/2) e Brasil (4/10/8).
Na classificação de pontos (de primeiro até oitavo), Portugal chega aos 182 pontos, atrás de Espanha (309) e Brasil (261).
Portugal passa a ter, no historial da competição, 34 medalhas de ouro e um total de 153 idas ao pódio.
Na jornada de encerramento, o destaque vai para Isaac Nader, nos 1.500 metros, e Leandro Ramos, no lançamento do dardo, um dia depois do sucesso de Jessica Inchude no peso.
O triunfo de Nader foi conseguido com recurso à grande ‘arma’ do meio-fundista algarvio, que após seguir bem colocado na corrida lançou uma aceleração muito forte a 150 metros do final.
Nader ganhou em 3.43,86 minutos, à frente do argentino José Zabala (3.44,55) e do andorrano Pol Moya (3.44,64).
Leandro Ramos, que há uma semana bateu o recorde nacional do lançamento do dardo em Doha, em ‘meeting’ da Liga Diamante, voltou a demonstrar que está em grande forma e triunfou com 81,37 metros.
Seguiram-se os brasileiros Pedro Nunes Rodrigues (80,74) e Luiz Dias da Silva (80,41), ambos com recordes.
Rui Silva, medalhado olímpico em Atenas2004, teve dupla razão para sorrir, já que depois de ver o sucesso de Nader, de quem é treinador, viu a sua filha, Patrícia Silva, ser terceira nos 800 metros, com um recorde pessoal de 2.04,23 minutos.
A única medalha de prata lusa do dia foi para Lorene Bazolo, nos 200 metros, com 23,67 segundos, atrás da brasileira Vitória Rosa.
Rosalina Santos foi sexta, com 24,08.
A estafeta masculina de 4×400 metros (João Coelho, José Carlos Pinto, Ricardo Santos e Mauro Pereira) fechou o pódio em 3.07,23 e José Carlos Pinto foi terceiro nos 800 metros, com um recorde pessoal de 1.46,61.
Tsanko Arnaudov atirou o peso a 20,43 metros e fechou o pódio, em prova vencida pelo brasileiro Darlani Romani, com excelentes 21,70, novo recorde dos campeonatos.
João Vítor Silva, com 13,95 segundos, foi quarto na final de 110 metros barreiras, em que Abdel Larrinaga caiu. Nos 100 metros barreiras, Olímpia Barbosa concluiu em sexta, com 13,49.
Já medalhada de prata no comprimento, Evelise Veiga competiu no triplo salto, para ser quinta com 13,50 metros.
Também em quinto concluiu Delvis Santos, nos 200 metros, em 21,33.
Irina Rodrigues, que apontava ao pódio, desiludiu e foi sexta no lançamento do disco, com 56,73 metros.
Anabela Neto foi sétima no salto em altura, com 1,75.
Iniciada em 1960 com o nome de Jogos Ibero-Americanos, esta competição que reunia os países de língua portuguesa e espanhola teve vida efémera, tendo apenas sido realizadas duas edições, em Santiago do Chile (1960) e Madrid (1962).
Apenas vinte anos depois se formalizaria, em Madrid, a Associação Ibero-Americana de Atletismo, com a presença de 22 países fundadores, aos quais se juntariam, em 1996, os novos países de expressão portuguesa e a Guiné Equatorial.
C/Lusa
A edição inaugural realizou-se em 1983, em Barcelona, e Portugal acolheu os campeonatos em 1998.
Foto: Federação Portuguesa de Atletismo