O presidente da União das Misericórdias, Manuel Lemos, avisa que Portugal continua muito aquém da resposta necessária em cuidados continuados. Em declarações à Renascença admite que serão precisas mais dez mil camas das que existem atualmente. Ou seja, o dobro.
Manuel Lemos falava na sequência da notícia do jornal Público, segundo a qual no final de novembro cerca de 700 utentes permaneciam internados, já depois de terem recebido alta hospitalar, enquanto aguardavam por uma vaga num lar. Aquele diário citava os números da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde.
Nas mesmas declarações à RR, o presidente das Misericórdias revelava que em 2016 o Estado já previa que houvesse 15 mil camas. No entanto, neste momento, só existem dez mil, apesar de Manuel Lemos ter adiantando que o número necessário de camas está fixado nas 20 mil.
O mesmo responsável referia ainda que o Governo é sensível à necessidade de reforçar o apoio do PRR ao alargamento da rede de cuidados continuados, mas é preciso ter em linha de conta o fator tempo. Segundo disse, “cada dia que passa, falta menos um dia para o PRR acabar. Se não se cumprir o prazo, não vai ser possível alargar a rede como o Estado português precisa”.