O povo de Campo Maior (Portalegre) está “ao rubro” com o “grande reconhecimento” da UNESCO às Festas do Povo, hoje classificadas Património Cultural Imaterial da Humanidade, revelou a presidente da associação promotora dos festejos, Vanda Portela.
“Nós estamos com uma euforia brutal, ainda não assimilámos muito bem esta situação, estamos todos eufóricos”, afirmou à agência Lusa a presidente da Associação das Festas do Povo de Campo Maior (AFPCM).
Segundo a responsável, a vila “está ao rubro” e “toda a gente está muito feliz” com a classificação atribuída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
“É um grande reconhecimento a todo este trabalho que foi feito ao longo de tantos anos” considerou a responsável.
As Festas do Povo de Campo Maior foram hoje classificadas, ao início da tarde, como Património Cultural Imaterial da Humanidade, durante a 16.ª reunião do Comité Intergovernamental da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, que está a decorrer em Paris (França), até sábado.
Para Vanda Portela, este reconhecimento traduz-se numa “responsabilidade acrescida” quanto à realização das futuras edições das Festas do Povo, que só se realizam quando os habitantes desta vila raiana do Alentejo as decidem promover.
“Se Campo Maior sempre se dedicou às festas, e sempre fez com que estas crescessem, agora é mais um motivo para dar mais valor a este reconhecimento”, frisou a responsável.
A candidatura à UNESCO foi promovida pela Câmara e Associação das Festas do Povo de Campo Maior (AFPCM) e a Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo.
Tradição secular e realizadas pela última vez em 2015, as Festas do Povo de Campo Maior são conhecidas por apresentarem dezenas de ruas, sobretudo no centro histórico, ‘engalanadas’ com milhares de flores de papel, feitas pela população de forma voluntária.
Promovidos pela AFPCM, os festejos na vila alentejana eram já reconhecidos internacionalmente pela sua originalidade e cariz popular, com os habitantes a prepararem a ornamentação das ruas durante meses a fio.
Esta tradição, identitária de Campo Maior, tem vindo a ser transmitida de geração em geração, oralmente e de forma informal, com os mais velhos a ensinarem aos mais novos os ‘segredos’ da elaboração das flores que ornamentam os espaços públicos da vila.