Nas últimas semanas e com o aumento dos casos de gripe que se tem vindo a registar em Portugal, tem também aumentado as queixas dos utentes, derivado à demora no atendimento nomeadamente nas urgências dos hospitais.
Uma situação que tem feito com que a Ordem dos Médicos e os Sindicatos do Enfermeiros denunciem a falta de médicos e enfermeiros dos hospitais e centros de saúde, tendo o Ministro da Saúde, Paulo Macedo garantido que “o recrutamento de médicos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem a ver com a escassez de profissionais em certas especialidades e não é uma questão orçamental.
No sentido de saber qual é a realidade no Alentejo, no que ao numero de médicos diz respeito a Rádio Campanário contatou José Robalo, presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, que admitiu haver falta de médicos no Alentejo, afirmando que “muitas vezes abrimos concursos e de facto não conseguimos número de profissionais que aceitem os lugares”, dizendo que “temos aberto muitas vagas, que depois se resumem a duas três pessoas que ficam”.
Uma das formas que a ARS do Alentejo arranjou para fazer face a esta escassez de médicos foi recrutar 122 médicos em regime de internato e que segundo José Robalo “estamos a pedir aos profissionais que colaborem, de uma forma muito ativa, na formação destes novos médicos, para ver se conseguimos que estes novos médicos queiram no futuro escolher como zona de trabalho a região Alentejo”.
Questionado sobre os motivos que levam os médicos a não ocupar as vagas, o dirigente afirma que tem a ver “com o não haver uma discriminação positiva”, dando como exemplo os salários que são iguais para os médicos que “trabalham nos grandes centros como para os médicos que trabalham no interior ou numa zona periférica”.