Ainda no âmbito do 15º aniversário do Museu de Arte Contemporânea de Elvas, a Rádio Campanário falou com o Presidente da Entidade de Turismo Regional do Alentejo e Ribatejo (ETR), Vítor Silva, interrogando sobre os números do Turismo no Alentejo e sobre o impacto da crise aeronáutica sobre estes números.
Vítor Silva afirma que apesar dos contratempos relacionados com a questão dos aeroportos, os números relativos ao Turismo dos primeiros 5 meses deste ano, já ultrapassam os números referentes ao ano de 2019; ou seja, apesar de todos os condicionalismos, os números relativos ao Turismo, desde o início de 2022, mostram que não há influência negativa da crise aeronaáutica.
No entanto, sublinha Vítor Silva, “o problema não é circunstancial mas estrutural porque necessitamos de um novo aeroporto”.
Questionado sobre se o aeroporto de Beja poderá ser alternativa a Lisboa, Vítor Silva responde categoricamente que não, devido à limitação do terminal. Apesar de o aeroporto de Beja ter as maiores pistas do país, o terminal de Beja não permite processar mais do que 1 avião mybody por hora.
Por exemplo, no aeroporto de Lisboa, explica Vìtor Silva, levanta voo 1 avião por hora e aterra 1 avião de 2 em 2 minutos, o que requer uma capacidade de processamento de 30 voos por hora no que respeita às aterragens, o que inviabiliza por isso que Beja possa ser uma possibilidade ao aeroporto de Lisboa.
Beja apenas poderá ser um complemento de situações de emergência ou de aviação executiva. Em 2021, houve já 120 voos de aviação executiva no aeroporto de Beja, esclareceu Vítor Silva, ligados a pessoas que estão a fazer investimentos em Tróia ou a quem vem caçar para o Alentejo, sendo este, aliás, segundo o Presidente desta entidade de Turismo, um nicho de mercado bastante promissor.
O Presidente da ETR realça ainda o facto de o aeroporto de Beja ter Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, fator que permite que haja aterragem de passageiros estrangeiros, o que representa, assim, mais uma vantagem para Beja. Neste contexto, Vítor Silva avançou com a informação de uma reunião que teve, em Fevereiro último, com a Jetex, a maior empresa de aviação executiva do mundo com terminal, em Dubai, na sequência da qual esta empresa revelou o seu interesse em ter um terminal em Portugal ou em Espanha, e a ser em Portugal, a alternativa seria Beja, precisamente pela sua forte vocação para a aviação executiva.
Beja só poderia ser alternativa a Lisboa se houvesse um TGV entre Beja e Lisboa, e “não parece que o caminho seja por aí”, acrescenta Vítor Silva.
Questionado sobre a melhor localização de um futuro aeroporto em Lisboa, o Presidente da ETR apenas avançou como resposta, aquela que é a opinião consensual no Turismo que é ” pôr a base aérea de Montijo com utilização civil”.