A Comissão Administrativa nomeada no passado dia 13, pelo Bispo da Diocese de Portalegre e Castelo Branco, D. Antonino Dias, para gerir a Santa Casa da Misericórdia, através do decreto que em simultâneo destituiu os corpos sociais em funções, esteve em exercício de funções apenas 15 dias.
De acordo com a notícia avançada pelo Jornal Alto Alentejo, hoje, dia 29, a presidente dessa Comissão, Josefa Parra, formalizou o seu pedido de demissão, que já havia anunciado ontem. Da Comissão saiu também a médica Felismina Calhau, que prestava serviço voluntário na instituição, e Ana Bicho foi nomeada Coordenadora da Comissão.
No site da Diocese mantém-se como último documento sobre a Misericórdia o decreto de dia 13, com a nomeação da Comissão inicial e, apesar das tentativas do jornal desde manhã, não conseguimos falar com o Bispo Diocesano.
Josefa Parra, que já havia presidido nos anos 90 a uma Comissão Administrativa que conseguiu reequilibrar a Santa Casa numa situação de grave crise, aceitou de novo idêntica missão, tendo sido nomeada dia 13 como presidente de uma Comissão Administrativa que, apesar de o Decreto Episcopal estabelecer que a presidente havia tido liberdade para a constituir, o nosso jornal sabe que estava basicamente formada e a presidente a aceitou, também face ao prazo de poucas horas que lhe foi dado para constituir uma Comissão, adianta o Jornal Alto do Alentejo.
Em resultado de várias situações «entendi pôr o meu lugar à disposição e pedi uma reunião» para que fossem esclarecidas as questões. Todavia momentos antes da reunião, na noite de quarta-feira, «fui informada que o Senhor Bispo iria participar nessa reunião a convite de um membro da Comissão, o que eu desconhecia».
No decorrer da reunião «todos falaram dos seus motivos e eu sugeri mudanças na Comissão, o que não foi aceite», e por outro lado «o Senhor Bispo também não concordou», pelo que «isso impediu a minha continuidade como presidente da Comissão, disse Josefa Parra ao Jornal Alto Alentejo quando questionada, depois de ter apresentado pessoalmente e por escrito a sua demissão no Paço Episcopal , num breve encontro com o Bispo.
Josefa Parra deixou ainda claro que «não faz parte da minha forma de estar o exigir contrapartidas», e «fui para a Misericórdia com uma missão: encontrar uma solução e assegurar a adequada resposta aos idosos, crianças e jovens. Não fui para aquela Casa por vinganças ou exigindo contrapartidas», declarou Josefa Parra que também deixa claro que «não sei gerir pessoas por e-mail», pois isso faz-se «por contacto pessoal e falando com as pessoas».