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Presidente da República termina visita ao Alentejo com inauguração de núcleos museológicos na Igreja de S. Francisco em Évora “que enriquece ainda mais o património histórico e cultural da cidade”, diz Cavaco Silva (c/som e fotos)

O Chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva esteve esta quinta-feira, dia 11 de fevereiro, no Alentejo.

A visita iniciou-se no Centro de Formação de Portalegre da Escola da Guarda, da Guarda Nacional Republicana (GNR).

Seguiu-se a Sessão Solene na Igreja do antigo Convento de S. Bernardo com diversas intervenções, tendo aí decorrido a cerimónia de imposição de condecoração.

Na parte da tarde o Presidente da República inaugurou o Lar Residencial do Espírito Santo, uma resposta social para pessoas com deficiência e a Estrutura Residencial para Pessoas Idosas Dr. Plínio Serrote.

A visita terminou com uma visita à Igreja de S. Francisco, em Évora, onde inaugurou núcleos museológicos.

O presidente da República considerou que a obra “de reabilitação, de recuperação da Igreja de S. Francisco, enriquece ainda mais o património histórico e cultural da cidade de Évora, uma obra verdadeiramente notável e que vai ajudar a que muitos mais turistas visitem a cidade de Évora”.

O Arcebispo de Évora, D. José Alves, em declarações à Rádio Campanário, referiu que receber o Presidente da República, “é sempre um motivo de alegria e de honra e nestas condições os motivos são ainda mais fortes porque o senhor Presidente da República veio visitar uma obra emblemática da cidade de Évora e o restauro que foi feito nesta Igreja de S. Francisco, que já de si é uma joia arquitetónica, uma joia de arte, e agora depois de magnificamente restaurada e de tudo reconstituído, ela tem um esplendor extraordinário que a nós nos enche de muita alegria e também porque é um lugar de culto”.

D. José Alves diz ainda que “as celebrações adquiriram aqui uma nova qualidade dado que o espaço celebrativo foi remodelado, foi reconstituído atendendo às necessidades e às características da liturgia atual porque ele estava concebido em função da liturgia anterior ao Concilio Vaticano II e agora, depois desta remodelação, as celebrações adquiriram um novo brilho e isso para nós é também um motivo de grande satisfação”.     

Adalberto Dias, o arquiteto responsável pela obra, declarou a esta Estação Emissora que “os arquitetos têm uma relação muito freudiana com os seus projetos e este reveste-se de uma especial intensidade dado a dificuldade e o desafio que foi mexer num edifico que vem desde o século XIII, que foi muito massacrado e muito mal compreendido, que chegou a ser demolido e transformado e o desafio de repor a sua verdadeira grandeza foi uma coisa espantosa”.

O arquiteto salienta que “a igreja estava muito danificada do ponto de vista estrutural, o facto de ser feita uma gigantesca operação de conservação e restauro de todo o seu património móvel integrado e de também termos tido, de certa forma uma obra nova pela criação do seu núcleo museológico, isto tudo feito em simultâneo num tempo recorde, foi um desafio muito grande “.    

A Igreja de S. Francisco reabriu ao culto a 4 de outubro de 2015, após mais de um ano fechada para obras de reabilitação.

Uma das novidades da renovada igreja é a criação de um espaço museológico na antiga ala das celas dos monges, que vai acolher o espólio de arte sacra da igreja e a coleção de presépios do major-general Fernando Canha da Silva.

Na Capela dos Ossos, que esteve sempre aberta aos turistas durante a intervenção, foram consolidadas as ossadas e colocado, na sua entrada, um painel do arquiteto Siza Vieira alusivo à vida e à insurreição.

A requalificação da igreja envolveu um investimento de quase 4,2 milhões de euros, com uma comparticipação de 70% de fundos comunitários, através do anterior programa operacional regional InAlentejo, tendo a Fábrica da Igreja Paroquial da Freguesia de São Pedro assegurado os restantes 30%.

Classificada como monumento nacional, a Igreja de São Francisco data de 1224, com a instalação do Convento de São Francisco, mas desse convento inicial quase nada se conhece devido às modificações praticamente totais que lhe foram introduzidas no final da Idade Média.

Mais tarde, as crónicas históricas revelam a reconstrução do edifício no início do século XV, ficando com o nome de Igreja de São Francisco, como é conhecida hoje em dia.

No interior da igreja está localizada a célebre Capela dos Ossos, macabra conceção fradesca completamente forrada por milhares de ossadas humanas recolhidas dos antigos cemitérios da cidade e também muito visitada por turistas.

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