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Presidente da UDIPSS-Évora manifesta “preocupação” com abertura dos centros de dia

Tiago Abalroado, presidente da União da Instituições Particulares de Solidariedade Social (UDIPSS) em entrevista ao Jornal PALAVRA revela a sua preocupação relativamente às condições definidas pela DGS para a reabertura dos centros de Dia.

Em entrevista ao Jornal adiantou ”encaro com especial apreensão a viabilidade do seu cumprimento por parte da grande maioria das IPSS que promovem esta resposta social. Há que ter em conta que cerca de 70% dos Centros de Dia do nosso país se encontram acoplados a outras respostas, partilhando com estas infra-estruturas, espaços e outros recursos, sendo, por isso, muito difícil assegurar a sua completa separação.”

Na sua opinião, frisou ainda “é, por isso, muito reduzido, quer em Portugal quer no Distrito de Évora, o número de Centros de Dia que conseguirá reabrir portas no quadro de medidas atualmente estabelecido.”

Questionado por este orgão de comunicação se manifestou a sua opinião e fez alguma pressão para que fossem publicada as orientações para a reabertura dos Centros de Dia, respondeu que “ a DGS desenhou estas medidas com o suporte do Instituto da Segurança Social, o que, por princípio, me parece correto, mas sem um grande envolvimento das Confederações e Uniões que representam o setor, na minha perspetiva muito por responsabilidade destas últimas que, talvez por inércia, acabaram por se demitir da sua responsabilidade de assessorar o Estado neste âmbito. Podem ter sido ouvidas/consultadas mas não foram interventivas nem proativas no aprofundamento de soluções alternativas ou complementares.”

Relativamente ao facto de não abrirem muitos Centros de Dia, o que deixa um elevado número de idosos em casa, Tiago Abalroada diz “este é, sem dúvida, o aspeto que nos causa maior inquietação. Na atual configuração social, os Centros de Dia são a porta de entrada para as Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (Lares de Idosos), pelo que as pessoas quando dão entrada nesta resposta social já apresentam um conjunto de condicionantes físicas, psíquicas ou sociais que comprometem a sua plena autonomia; basta pensar que se estivessem em condições de permanecer sozinhas em casa iriam eventualmente requerer o Serviço de Apoio Domiciliário e não optariam por uma institucionalização, ainda que parcial. Ora, forçar os idosos, cuja rotina diária se encontra esquematizada de acordo com as dinâmicas do Centro de Dia, a ficar em casa, em cerca de 80% dos casos isolados, beneficiando apenas de um apoio pontual das instituições nas tarefas mais elementares (como alimentação e higiene), vai, no mínimo, impactar sobre a sua saúde mental e conduzir a cenários de solidão, depressão ou degradação.”

Enquanto presidente da UNITATE e responsável pelo Lar da Vendinha, adiantou ainda que “infelizmente ainda não foi possível reabrir o Centro de Dia na Unidade de Ação Social da Vendinha, exatamente porque “coabitam” no mesmo espaço o Centro de Dia e o Lar de Idosos.”

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