Decorreu, entre 28 de junho e 8 de julho, a primeira campanha de escavações arqueológicas na anta do Belo, situada na freguesia e concelho de Monforte.
Este monumento funerário de pequenas dimensões, do período Neolítico, foi intervencionado por uma equipa de arqueólogos e estudantes de arqueologia pertencentes ao Município de Monforte e à Universidade de Évora, entidades que colaboram desde há vários anos ao abrigo de um protocolo institucional. A Paróquia e a Santa Casa da Misericórdia de Monforte foram também entidades parceiras fundamentais no apoio logístico de alojamento e alimentação fornecidos à equipa. Colaboraram ainda nestes trabalhos três jovens estudantes de Monforte, enquadrados no programa OMTJ (Ocupação Municipal Temporária de Jovens), que ao longo de todo o mês de julho, sob a orientação do Serviço de Arqueologia do Município, prestaram apoio na área da Arqueologia, concretamente no tratamento, inventariação e desenho de materiais e na organização da Reserva Arqueológica.
Segundo a informação recolhida junto das técnicas responsáveis, nomeadamente Leonor Rocha, da Universidade de Évora, e Paula Morgado, do Município de Monforte, a escavação permitiu caracterizar o monumento, composto por uma câmara de perfil circular alongado, com cerca de 2,5×1,5m, sem corredor, com oito esteios, e uma área envolvente (mamoa) com cerca de 10m de diâmetro. Em período ainda indeterminado face ao atual estado dos trabalhos, esta anta foi reaproveitada também como espaço de enterramento, tendo sido construída no seu interior uma pequena sepultura delimitada por pedras.
Embora os materiais identificados sejam escassos, recolheram-se pequenas lascas de sílex e quartzo, cerâmica manual e de roda e pequenos fragmentos de metal, que serão posteriormente tratados e estudados, de forma a obter a maior quantidade de informação possível acerca da tipologia, funcionalidade e cronologia.
Esta sepultura pré histórica, sendo um dos mais pequenos monumentos funerários até agora intervencionados no concelho de Monforte, com espólio bastante reduzido, sobretudo se comparado com as antas da Serrinha, Monte Velho ou Meada II, é um dos testemunhos mais antigos e menos frequentes dessa época identificados até agora no concelho de Monforte.
Fotos/fonte: CM Monforte