Vila Viçosa já recebeu os primeiros refugiados vindos da Eritreia.
São dois jovens, do sexo masculino, de 26 e 29 anos que se encontram a residir num dos cinco espaços da Cruz Vermelha – Delegação de Vila Viçosa.
Em declarações à Rádio Campanário, Eduardo Almeida referiu que os jovens vão estar à responsabilidade da instituição, “durante ano e meio, apoiados pela Cruz Vermelha, estão coordenados com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e as autoridades locais, quer as sociais quer as de segurança”.
Eduardo Almeida assinalou que “são afro-árabes que vêm da costa oriental de África, vêm fugidos da fome, não propriamente da ditadura porque é um país que esteve em guerra há um tempo atrás, mas que a situação, apesar de não haver guerra, há muita miséria que é real e pura e vê-se pela fisionomia dos dois jovens que estão connosco”.
Questionado sobre como se processará a sua integração na comunidade, declara que nesta fase inicial, é necessária a regularização oficial da estadia em Portugal, “após termos todos documentados, se eles estiverem interessados, terão algumas atividades que poderão fazer voluntariamente dentro da Cruz Vermelha, se entenderem e quiserem, que ninguém os vai obrigar, apesar de estarem abertos a isso tudo”.
Contudo, segundo o presidente da Delegação de Vila Viçosa da Cruz Vermelha, existe a dificuldade “inerente a dois jovens que falam apenas o dialeto do país deles, não falam árabe nem sequer o inglês, mas estamo-nos a entender sem problema nenhum, são pessoas afáveis, compreensivas, são dois jovens que reconhecem o apoio que estão a ter”.
Salienta que decorridos os 45 dias da oficialização documental, “poderem arranjar mercado de trabalho na região de forma a serem integrados”.
Instado sobre a possibilidade de chegarem mais refugiados para o concelho de Vila Viçosa, Eduardo Almeida diz que é natural que a Cruz Vermelha receba mais um, mas não quer dizer que não possamos vir a receber um casal, mas garantidamente iremos ter mais um jovem, não sei se será já na próxima semana se será mais tarde”, avançando que está previsto chegarem 90 refugiados para a Cruz Vermelha, já a partir de segunda-feira.
“São alguns eritreus, o resto vem do mundo árabe, não posso precisar se vêm já ou se vamos estar com algum período de adaptação durante algum tempo. Como Portugal é para receber cerca de 5 mil, a Cruz Vermelha vai receber cerca de 50% dos refugiados que estão previstos vir”, garante.
Eduardo Almeida assegura que a Delegação da Cruz Vermelha de Vila Viçosa tem capacidade para suportar até oito pessoas, “mas propusemos para Lisboa receber no máximo quatro”.
De salientar que na próxima segunda-feira chega a Portugal o primeiro avião só com refugiados vindos da Grécia.
