Conforme entrevista dada ao suplemento de Economia do Expresso, no passado dia 24 de junho, Louis-Albert de Broglie, o aristocrata francês filho do duque de Broglie (ministro de Charles de Gaulle) e sobrinho-neto de um Prémio Nobel da Física, fervoroso defensor da natureza e da biodiversidade, tem um projeto de investimento para a Comporta que não vai além de 15% do desenvolvimento turístico-imobiliário já aprovado para a ADT2 e a ADT3 (as áreas de desenvolvimento turístico que estão em processo de venda, com 365 hectares e 551 hectares, respetivamente).
Mais, o mesmo, em declarações a esta publicação, confessa que o colapso dos anteriores proprietários da Herdade da Comporta, a família Espírito Santo, “foi uma humilhação para as pessoas da vila, houve coisas que não foram pagas, gente que perdeu dinheiro. Depois deste trauma, não podemos dar à população da Comporta a punição do betão”.
Por isso, este seu projeto, intitulado de “Utopia”, “o futuro do amanhã” pretende “dar trabalho às pessoas que aqui vivem” e é composto por museus, escolas alternativas, centros de inovação e um exemplo de preservação ambiental.
A sua ideia passa por desenvolver nestas áreas da Comporta sete centros ecoturísticos, cada um dos quais dedicados a áreas como produção agroflorestal e permacultura, incubação de startups que transformam a agricultura em comida saudável, medicina reconectiva, uma ‘Blue School’ (com ensino alternativo de reconexão com a natureza), conferências sobre o mar ou a alimentação, arte (com um museu em forma de Arca de Noé) ou reciclagem (por exemplo, incorporando velhas redes de pescadores no fabrico de material da Adidas).
Com um possível investimento a rondar os 400 milhões de euros, Louis-Albert, que já foi apelidado de louco e de excêntrico, mas define-se a si próprio como intuitivo, largou o escritório de Paris e o castelo no Loire para viver na sua casa da Comporta, onde vinha habitualmente há 25 anos. E quer agora expandir o seu território, com os 12 500 hectares da famosa herdade, para dar forma ao sonho e para “trazer economia” e “beneficiando o emprego local” à região.