O arcebispo de Évora alertou para as consequências da desertificação no Alentejo, comentando a quebra demográfica registada pelos resultados preliminares dos Censos 2021.
“A problemática da desertificação humana do Alentejo é muito grave e cruza-se com a Encíclica ‘Laudato Si’”, referiu D. Francisco Senra Coelho.
D. Francisco Senra Coelho afirma que “uma terra despovoada, sem a presença humana, é uma terra abandonada”.
Segundo os dados divulgados pelo INE, nos últimos 10 anos o Alentejo teve uma quebra de população da ordem dos 6,9%.
O arcebispo de Évora questiona opções políticas que levam a encerrar escolas ou centros de saúde, por exemplo, considerando que cada uma destas perdas “empobrece a região”. “Uma política que marca o seu atuar por estes gestos não pode dizer que quer promover a renovação da população”.
D. Francisco Senra Coelho defende a criação de condições académicas e de trabalho para fixar as novas gerações na região, referindo que “é necessário discriminar pela positiva o Alentejo”, uma valorização das regiões para que “Portugal se consolide num só”. “A interioridade gera situações que não nos dão as mesmas possibilidades de quem vive no litoral desenvolvido, onde tudo é próximo e acessível”.
D. Francisco Senra Coelho realça que a Igreja Católica “acompanha a população”.
Em conclusão o arcebispo refere que “a Igreja é o povo alentejano e ribatejano. A Igreja está, acompanha e sente este povo e traz esta palavra, esta voz dos que não têm voz. Que o Alentejo seja olhado e visto com atenção e com cuidado”.
Fonte: Agência Ecclesia