A produção média anual de azeitona deverá continuar a crescer em Portugal, sobretudo devido ao olival intensivo e superintensivo instalado no Alentejo, tendo, em 2018, sido produzidas no país 725.000 toneladas de azeitona e 1,1 milhões de hectolitros de azeite. O “exame” da fileira do olival e do azeite constitui o tema dominante da primeira edição da Millennium Agro News, publicação que conta com a colaboração da Agro.Ges e que destaca o contributo do setor para um saldo positivo da balança comercial portuguesa da ordem dos 250 milhões de euros, em 2018.
O retrato do setor revela a existência de 361.000 hectares de olival no país, num total de 118.000 explorações, tendo, em 2018, sido produzidas 725.000 toneladas de azeitona e 1,1 milhões de hectolitros de azeite, nos 486 lagares em laboração. Em 2017, o volume de negócios da fileira atingiu os 1.072 milhões de euros, com as exportações, sobretudo para Brasil, Espanha e Itália, a atingirem os 579 milhões de euros.
A área de olival tem vindo a crescer 0,2% ao ano nos últimos 20 anos, com as tecnologias mais intensivas e as novas variedades a contribuírem para um aumento da produtividade (mais 5,8% ao ano, valor que sobe para os 9,4% no Alentejo, graças à aposta no setor desde a construção da barragem do Alqueva), salienta a publicação do Millennium BCP dedicada à agricultura.
Os valores da produtividade média – da ordem dos 2.058 quilogramas por hectare em Portugal (3.075 no Alentejo) -, mantêm-se abaixo dos 12.000 quilogramas/hectare obtidos nos sistemas intensivo e superintensivo, dada a prevalência de olivais tradicionais, nota.
“A expansão da área de olival em Portugal ao logo dos últimos anos tem ocorrido essencialmente na região de Alqueva (Alentejo), com recurso ao regadio e à instalação de sistemas de olival intensivo e em sebe (olival superintensivo). Existe uma área muito significativa destes novos olivais que ainda não entrou em velocidade cruzeiro, pelo que é esperado um aumento de produção média anual ao longo dos próximos anos”, afirma.
A publicação admite que, embora o ritmo de plantação de novos olivais tenda a abrandar, são ainda esperados acréscimos de áreas deste tipo de plantações ao longo dos próximos dez anos”, estimando que os preços médios anuais para a azeitona oscilem entre os 0,30 e os 0,45 euros por quilograma.
A publicação prevê ainda que o aumento da produção e de lagares na União Europeia se traduzirá num crescimento das exportações comunitárias em 3,3% até 2030, respondendo especialmente à procura por parte de mercados asiáticos.