A época das vindimas já arrancou na região do Alentejo e deverá prolongar-se até ao final de setembro. Apesar da ligeira quebra na quantidade durante a colheita, a previsão dos produtores é de um aumento na ordem dos 5% na produção de vinho no Alentejo.
Da colheita de 2020 espera-se vinho de boa qualidade.
A Comissão Vitivinícola Regional Alentejana-CVRA, num comunicado enviado à data do início das vindimas que já decorrem na região, destaca que a estimativa é que, “ao contrário da tendência nacional”, o Alentejo “possa produzir mais 5%” de vinho face ao ano anterior.
Francisco Mateus, adiantou à agência Lusa, e de acordo com a notícia avançada Pela Economia ao Minuto, que esta estimativa de crescimento do aumento da produção “tem base científica”, tendo partido de uma previsão feita, em julho, pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, procedimento que já é habitual. “Esta já é a 21.ª previsão que fazemos com a Faculdade de Ciências e acreditamos que faz sentido assumir, nesta fase, uma estimativa de 5% de aumento da produção”, frisou .
Segundo Francisco Mateus, tal significa que, nesta época de vindimas, que arrancou “na última semana de julho”, a produção no Alentejo “pode ir até aí aos 104 milhões de litros de vinho”.
“São ótimas notícias para a região, representando inclusive um alento para os produtores que, com as exportações a adivinharem uma ligeira quebra e com as dificuldades demonstradas no canal Horeca nacional, têm passado por um período mais conturbado”, salientou.
A CVRA referiu que, dos mais de 250 produtores do Alentejo, 46 já estão a realizar a campanha de vindimas.
“As vindimas no Alentejo normalmente duram 10 a 11 semanas”, disse o presidente da comissão vitivinícola, estimando que, “no final de setembro ou, o mais tardar, no início de outubro”, a campanha esteja terminada.
Tal como é habitual, a vindima começa pelas castas brancas, arrancando a das tintas “só lá para a 4.ª semana de agosto”, disse.
“E começa de sul para norte e, depois, vai subindo no território”.
Ao nível da qualidade, explicou o responsável, “os produtores não estão preocupados” e “as vinhas estão sãs e boas”, apesar “de “alguns ataques de míldio em abril e maio que atingiram as uvas Antão Vaz e alguns casos de escaldão”.
A região vitivinícola Alentejana produziu, no ano passado, 98,3 milhões de litros de vinho.