A Professora do Departamento de História da Universidade de Évora (UÉ), Maria de Deus Manso, foi distinguida com o Prémio Femina que agracia as Notáveis Mulheres, pelo Estudo e Divulgação Cultural e História de Matriz Portuguesa no Estrangeiro e na Lusofonia.
“Sinto-me honrada pelo reconhecimento que tenho tido em relação ao trabalho feito em prol da cooperação universitária nos países que formam a Comunidades dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e em outros que, por razões, históricas se mantêm ligados a Portugal, como é o caso de Macau ou Goa” reage a professora da UÉ à atribuição desde Prémio que contempla mulheres portuguesas e do espaço lusófono.
Relativamente ao Estudo e Divulgação Cultura e História de Matriz Portuguesa no Estrangeiro e na Lusofonia, a investigadora do Centro de Investigação em Ciência Política da UÉ, sublinha que desde o Doutoramento (defendido em 1999) tem centrado os estudos “sobre o contacto que Portugal estabeleceu com outros povos e outras culturas de diferentes continentes, no decorrer do processo de colonização portuguesa (século XV-XIX). Com olhar crítico e independente, Maria de Deus Manso avança que, “longe de um olhar ideológico tento refletir, juntando igualmente investigadores de diversas universidades estrangeiras, não apenas sobre as “elites” mas sobre os grupos subalternos, onde incluo as mulheres, o escravo, o “índio” (o “outro”) e também sobre temas ligados às mestiçagens e à circularidade cultural que estiveram na base da construção deste espaço que hoje faz parte da CPLP, mas igualmente de regiões mais longínquas por onde a circulação portuguesa se fez representar e que ainda hoje tem uma cultura, uma história que reflete estas relações ancestrais”.
Paralelamente, a professora da UÉ tem “tido a preocupação de que o legado material e imaterial que existe fora de Portugal seja preservado e que fortaleça a cooperação, no sentido lato do termo, entre o espaço lusófono e os espaços que durante anos ou séculos se encontraram ligados a Portugal”.
O Prémio Femina foi criado em 2010 pela Associação para o Desenvolvimento da Cultura e do Conhecimento para agraciar as Mulheres Portuguesas que se tenham distinguido com mérito, profissional, cultural e humanitariamente em Portugal ou no estrangeiro.
Em 2015 procedeu-se ao seu alargamento, incluindo mulheres oriundas de Portugal, dos Países de Expressão Portuguesa, das Comunidades Portuguesas e Lusófonas, e Luso-descendentes, que se tenham distinguido com mérito ao nível profissional, cultural e humanitário no Mundo, pelo Conhecimento e pelo seu relacionamento com outras Culturas.
Na edição 2019 deste Prémio, para além de Maria de Deus Manso, foi igualmente distinguida Regina Mateus, Amabélia Rodrigues, Maria João Rosa Martins e Célia Anna Feria (prémio coletivo). Georgina Mello, natural de Cabo Verde, Diretora Geral da CPLP, Inocência Matta de São Tomé, Maria Barroso, Manuela Eanes, entre outras mulheres ligadas à ciência constituem outras personalidades entretanto distinguidas com este Prémio que recebeu Estatuto de Interesse Cultural pela República Portuguesa.