O projeto solar flutuante da EDP em Alqueva foi distinguido pela Comissão Europeia na categoria de Inovação. O prémio de energia sustentável – anunciado na manhã desta terça-feira, 20 de junho, em Bruxelas, num evento de abertura da semana europeia de sustentabilidade e entregue pela Comissária Europeia para a Energia, Kadri Simson -, reconhece não apenas a tecnologia pioneira e inovadora desenvolvida pela EDP neste projeto, mas também o seu contributo para a expansão das energias renováveis e para a transição energética.
O projeto da EDP foi um dos três finalistas selecionados para os Prémios Europeus de Energia Sustentável 2023 – que reconhece projetos marcantes, em curso ou recentemente concluídos, que demonstrem um caminho original e inovador para a transição energética – tendo vencido após uma votação global que decorreu em junho. Os outros dois candidatos na categoria de Inovação envolviam o TrAM (Transport: Advanced and Modular) na Noruega e o projeto pan-europeu STEP (Solutions to Tackle Energy Poverty), com origem na LItuânia. O TrAM está na origem do primeiro ferry rápido totalmente elétrico do mundo com zero emissões. O STEP está a utilizar a inovação social para combater a pobreza energética em nove países da UE.
Em operação há cerca de um ano, este projeto híbrido da EDP reúne energia solar, hidroelétrica e armazenamento por baterias, usando uma tecnologia escalável inovadora que contribui para reduzir as emissões e proteger a natureza em simultâneo. Este princípio de combinar diferentes formas de energia renovável num único projeto e um só ponto de ligação à rede está na base da central solar flutuante de Alqueva, de 5 MW, onde 12.000 painéis solares flutuam em 4 hectares da albufeira da barragem de Alqueva. A central solar flutuante, cujo sistema de amarração com cabos elásticos foi desenvolvido no âmbito do projeto Fresher, financiado pela UE, fornece energia suficiente para abastecer 30% do consumo de energia das famílias da região.
A central solar flutuante utiliza o mesmo ponto de ligação à rede que a central hidroelétrica de Alqueva, construída há 20 anos, e recorre ao armazenamento por baterias para aumentar a resiliência do fornecimento de energia. Esta abordagem híbrida aumenta a eficiência dos projetos, permitindo-lhes partilhar infraestruturas como linhas elétricas e subestações, bem como estabilizar os custos e reduzir o impacto ambiental. Em conjunto, estas diferentes tecnologias complementam-se para fornecer energia limpa, fiável e acessível.
A preservação do ecossistema, tendo igualmente em consideração os aspetos sociais da sustentabilidade, é um dos pilares deste projeto renovável. A instalação da central solar flutuante na albufeira da barragem, onde cobre apenas 0,016% da superfície da água, evita a utilização de terrenos que poderão ser utilizados para outros fins, como a agricultura, a pecuária e o turismo. O impacto visual também é mínimo.
O projeto impulsionou a inovação e a I&D na indústria local, graças a uma parceria com a Amorim Cork Composites, uma empresa portuguesa que opera na região há 150 anos. Em conjunto com o fabricante espanhol Isigenere, desenvolveram uma combinação única de compósitos de cortiça e plástico reciclado, que é a base destes flutuadores sustentáveis. A utilização deste novo material reduziu o peso da plataforma em 15% e ajudou a reduzir a pegada de carbono da produção dos flutuadores em 30%. É um exemplo de como os recursos e o know-how locais podem ser combinados com as novas tecnologias para produzir resultados poderosos. A equipa do projeto, recorde-se, aplicou os conhecimentos obtidos através de um pequeno projeto piloto no norte do país, Alto Rabagão, que foi desenvolvido em 2016.
Ao ampliar as soluções aí adotadas, demonstra o potencial mais vasto de reproduzir os seus resultados positivos a um nível mais alargado. Estão previstos mais 70 MW na albufeira do Alqueva, na sequência do primeiro leilão de energia solar flutuante em Portugal, e, graças a esta central, já se está a sensibilizar toda a Europa para o potencial deste tipo de tecnologia.
A central Solar Flutuante de Alqueva é uma história de sucesso do financiamento da UE para projetos inovadores de combate às alterações climáticas. Esta iniciativa apoia diretamente o Pacto Ecológico Europeu (European Green Deal) e o Plano REPowerEU.
Fonte: EDP-Comunicado