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Projeto “Terras da Comporta” quer ser “maior comunidade energética da Europa”

A Vanguard Properties e a Energia Unida, do Grupo Greenvolt, vão investir até 11 milhões de euros no desenvolvimento de uma comunidade de produção descentralizada de energia para o projeto imobiliário ‘Terras da Comporta’, foi hoje anunciado.

Em comunicado, a Vanguard Properties avança que o projeto engloba os loteamentos ‘Torre’, em Alcácer do Sal, e o ‘Dunas’, em Grândola, num total de 1.376 hectares, e será “a maior comunidade energética de Europa”.

Segundo refere, o projeto terá uma produção anual de energia de 3,2 GWh (Gigawatts/hora) e uma produção estimada de cerca de 7 Megawatts (MW) através da instalação de 35.000 metros quadrados de painéis fotovoltaicos, “o que garante aos projetos imobiliários em questão uma autonomia energética de pelo menos 80%, através da produção própria a partir de fontes renováveis”.

O investimento previsto é de até 11 milhões de euros: até sete milhões por parte da Energia Unida e até quatro milhões nas estruturas de ‘car-park’, a cargo da Vanguard Properties, sobre os quais serão instalados os painéis.

De acordo com o promotor, “todos os edifícios que serão construídos no projeto ‘Terras da Comporta’ [desde os dois campos de golfe aos loteamentos residenciais, hotéis, hotéis-apartamento, aldeamentos turísticos e equipamentos logísticos e comerciais] estarão ligados à comunidade energética descentralizada, o que significa que serão simultaneamente produtores e consumidores de energia”.

“Se tivermos apenas em consideração as mil casas que serão construídas, que terão uma potência instalada de 2MW, serão evitadas entre 512 toneladas a 600 toneladas de GEE [gases de efeito de estufa] anualmente”, salienta.

“Além disso — acrescenta – as casas vão ter uma estrutura em madeira, que tem uma pegada de carbono negativa, contrariamente ao cimento”, pelo que, e tendo em conta que estarão integradas na comunidade energética, serão edifícios NZEB (‘net zero energy buildings’).

O conceito de comunidade energética consiste na produção descentralizada de energia e partilha com os membros da comunidade.

No caso do projeto ‘Terras da Comporta’, cada casa, unidade hoteleira ou espaço comercial terão instalados painéis fotovoltaicos que produzirão energia para consumo próprio ou para partilha com a comunidade, sempre que não haja necessidade de consumo ou em caso de excesso de produção.

“Desta forma, há uma otimização da produção e do consumo com benefícios muito significativos para os consumidores, que podem atingir uma redução do custo de energia de cerca de 40%. Por outro lado, tratando-se de produção de energia a partir de fontes renováveis, vai contribuir para o grande objetivo de sustentabilidade do projeto, que passa por garantir que todos os edifícios construídos sejam neutros em emissões de carbono”, salienta o promotor.

Citado no comunicado, o presidente executivo (CEO) da Vanguard Properties, José Cardoso Botelho, diz que o objetivo é que “o ‘Terras da Comporta’ seja uma referência não apenas a nível nacional, mas também internacional”.

A Vanguard Properties nasceu em 2017 na sequência de uma sociedade estabelecida entre o investidor luso-suíço-israelita Claude Breda e o gestor José Cardoso Botelho, já com experiência no setor imobiliário português.

A Vanguard Properties atua sobretudo nos segmentos residencial e de turismo e conta com uma equipa com cerca de 45 quadros especializados, atuando desde a prospeção de oportunidades de investimento à comercialização dos imóveis.

Atualmente, o grupo conta no seu portfolio com 20 projetos, urbanos e turísticos, em Lisboa, Oeiras, Algarve e Comporta, que somam uma área bruta de construção de cerca de mil milhões de metros quadrados acima do solo, num investimento total a rondar os 1.200 milhões de euros.

C/Lusa

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