O projeto de resolução do património megalítico e romano de Évora, apresentado pelo PSD e aprovado por maioria na Assembleia da República, no passado mês de março, em resposta ao estado de abandono e degradação do referido património no concelho de Évora é “irreal e não é mais do que chamar a atenção para algo que se podia ter chamado há muitos anos”, disse à RC o deputado socialista Norberto Patinho.
De acordo com o parlamentar, eleito pelo círculo de Évora do Partido Socialista, as resoluções têm “dois problemas”: a Anta Grande do Zambujeiro, Cromeleque dos Almendres, Menir dos Almendres, e Cromeleque Vale Maria do Meio é património que está “em propriedade privada, tem dono e não é o Governo” e no caso da Vila Romana da Tourega é propriedade da União de Freguesias, “portanto tem muito mais relação com a Câmara do que com o Governo”.
Nesse sentido, Norberto Patinho sublinha que “o Governo não pode entrar na propriedade de alguém e mexer ou fazer qualquer tipo de intervenção”, no entanto reconhece que compete-lhe “mobilizar esses agentes, dar apoio e colaborar com a Câmara e com os proprietários no sentido de ultrapassar este estado de abandono”.
Mais, realça ainda o socialista que a proposta exigia ao governo que resolvesse o problema dos caminhos rurais, algo que considera “um problema muito complexo que ninguém resolveu ainda” e que “possivelmente nem estão registados enquanto caminhos públicos”, o que torna difícil uma resolução junto da Câmara.
Para os socialistas, que se abstiveram na votação das propostas, é importante dar “passos consolidados que passam, para já, por criar uma relação com os proprietários no sentido de se envolverem neste procedimento”, no fundo “criar um ambiente em que seja estabelecido um protocolo que permita ir buscar dinheiros comunitários para fazer as intervenções”.