Foi encerrado o hangar onde se encontra a frota de helicópteros Kamov, em Ponte de Sor, a confirmação surge através da Proteção Civil, esta quarta-feira (28 de março), através de comunicado, onde aponta à movimentação de material sem ter sido identificado, sem autorização e que aguarda esclarecimentos.
De acordo com a nota enviada às redações, “o hangar da ANPC sito em Ponte de Sor, onde se encontra localizada a frota de helicópteros Kamov, propriedade do Estado português, foi na terça-feira (27 de Março) interditado pela ANPC em virtude de se ter constatado a movimentação de material da mencionada frota, por parte da Heliavionics (subcontratada da Everjets, S.A.), sem ter sido efetuada a identificação do referido material, nem ter sido solicitada a necessária autorização, tendo tal facto sido logo comunicado à Everjets, S.A”, refere a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).
O encerramento do hangar foi “a única medida que, no imediato e face à omissão de qualquer atuação ou esclarecimento por parte dos técnicos da Everjets presentes no local”, permitiu acautelar “os bens da ANPC e o interesse público subjacente”, tendo sido solicitado à empresa “os necessários esclarecimentos, em ordem a que, caso se encontrem reunidas as condições para tal, seja reaberto o hangar e retomados os trabalhos com a normalidade necessária e desejável”, concluiu.
A Everjets anunciou, também esta quarta-feira, que a Proteção Civil “selou as instalações” e expulsou as equipas que procediam à manutenção de três helicópteros Kamov, no Aeródromo de Ponte de Sor, Portalegre, avisando que prontidão destas aeronaves fica “seriamente comprometida”.
No referido comunicado, pode ler-se que a Proteção Civil “encerrou e selou as instalações (na terça-feira), expulsando dos hangares as equipas russas que procediam à manutenção das aeronaves. Os helicópteros Kamov estavam a ser reparados para operarem no início da campanha de combate aos fogos, a partir de 15 de maio”, referiu a administração da empresa, indicando que a ANPC invoca como motivo para esta decisão, “que a empresa de manutenção russa Heliavionics da Kamov estava a movimentar equipamento/peças sem autorização prévia, situação esta que no decorrer dos anos sempre foi normal”.
Assim, a Everjets “por força do contrato celebrado com o Estado, e que pretendia cumprir o planeamento de manutenção, vê-se impossibilitada de cumprir os objetivos e garantir a prontidão das aeronaves, que fica seriamente comprometida”, alerta a empresa.