No seguimento do chumbo na Assembleia Municipal de Alandroal da proposta de financiamento junto do Banco Europeu de Investimento (BEI), no valor de 500 mil euros, para complementar os fundos comunitários já aprovados para a execução de obras de vários arruamentos na sede do concelho, a Campanário entrevistou o presidente da secção do PSD do Alandroal, José Cebola Gomes, que explicou o voto contra do deputado Tomé Laranjinho, afirmando que o partido é “contra todos os empréstimos”.
Segundo o líder social-democrata, “o deputado eleito pelo PSD votou em consciência” e “vinculou-se a princípios que estavam estabelecidos no programa eleitoral e é isso que ele cumpre”, sublinhando que “o que está em causa não é o empréstimo”, mas sim “o endividamento da Câmara Municipal” que “tem recursos próprios, que já foram testados durante os quatro anos anteriores e não vai agora aumentar a dívida dos contribuintes líquidos do Alandroal”.
José Cebola, explica ainda que “quando sufragou o seu programa eleitoral há cerca de um ano, o MUDA/PS não pensou nestas consequências”, pelo que “agora vem trazer mais endividamento? Não!” afirma, completando que “o dinheiro dos contribuintes, do erário público, é para ser gasto com rigor, com transparência”.
“A obra é essencial e tem que ser feita para uso e usufruto dos residentes do Alandroal, porque é do dever da Câmara Municipal dar-lhe essa possibilidade imediatamente”
Contudo, reitera que “a obra é essencial e tem que ser feita para uso e usufruto dos residentes do Alandroal, porque é do dever da Câmara Municipal dar-lhe essa possibilidade imediatamente”, pelo que “se não for agora, daqui a uns tempos, mas tem que o fazer e não se pensar em novos pedidos de empréstimos nem ao BEI, nem a qualquer banco”. No seu entender, o município “tem que gerir os dinheiros que tem ao seu dispor”.
O líder da secção do PSD de Alandroal garante ainda a Câmara Municipal “deve usar os fundos próprios em vez de gastar noutros projetos que não tem demonstrado nem fundamentado qual é o benefício em prol dos alandroalenses”, dando o exemplo “das festas, que muitas vezes quem frui das festas é meia dúzia de pessoas e quem paga são cerca de dois mil eleitores residentes no Alandroal”.
Por isso reivindica “uma gestão muito mais rigorosa, muito mais transparente, em vez de andar a gastar dinheiro mal gasto”.
No seu entender, “a obra é essencial e tem que ser realizada”, contudo, confrontado com o modelo e reestruturação do projeto, nos termos explicados pelo Presidente do Município, “havia que dar continuidade” à “forma de financiar essa obra, que já estava no anterior mandato, com um projeto candidatado e aprovado”.
Se “não era feita num ano, era feito em dois, mas fazia-se com os meios próprios da autarquia”
Pelo que, nesse caso, se “não era feita num ano, era feito em dois, mas fazia-se com os meios próprios da autarquia”. Afirmando que “não vai agora alterar os projetos, por uma questão de dar dinheiro a alguns projetistas que levam o dinheiro em papel”.
Sobre uma possível reconsideração da intenção de voto numa nova apresentação à Assembleia Municipal, José Cebola Gomes diz que “o PSD dá liberdade total ao deputado, de acordo com os princípios que ele estipulou: nós somos contra dívidas”. Acrescentando que “a CDU (…) fez um mandato com fracos recursos que já tinha do anterior mandato” e que “estes senhores pensam agora que vão novamente deixar para os outros que vêm no futuro pagar a dívida”.
Por isso, afirma categoricamente que “as dívidas pagam-se no momento, quem as faz é que tem que as pagar”. Reafirmando que o seu partido é “contra os empréstimos todos, a favor do Alandroal, sempre”.