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PSD de Évora questiona Ministra da Saúde sobre alterações introduzidas na urgência pediátrica de Évora

O PSD criticou a administração do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) pelas alterações que introduziu na urgência pediátrica, considerando que este serviço foi encerrado e que agora é “um mero balcão de pediatria”.

As críticas constam de uma pergunta sobre a urgência pediátrica da unidade hospitalar, subscrita por 12 deputados sociais-democratas e enviada à ministra da Saúde, Marta Temido e divulgada hoje à agência Lusa .

Na pergunta, segundo avança a Lusa, os parlamentares do PSD acusam a gestão do HESE de ser “absolutamente desastrosa ao nível do funcionamento geral e da capacidade de atrair e reter médicos internos, demonstrando ainda total ausência de planeamento estratégico e de diálogo”.

“Não surpreende, assim, que o conselho de administração” do hospital de Évora “tenha, agora, decidido encerrar a urgência pediátrica, reduzindo-a a mero balcão de pediatria, integrado na respetiva urgência geral”, escrevem os subscritores da pergunta.

Os deputados do PSD manifestam-se contra o novo modelo de atendimento do serviço de urgência pediátrica (SUP) do HESE, com uma equipa de um pediatra e dois médicos com prática na área pediátrica, que entrou em vigor no dia 06 de outubro.

“Trata-se de uma decisão errada e que em muito prejudica os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) servidos por aquela unidade hospitalar, o que é particularmente grave quando estão em causa crianças e adolescentes doentes”, pode ler-se no documento.

Segundo os sociais-democratas, nos últimos 10 anos, foram abertos pelo hospital de Évora “apenas dois concursos para médicos pediatras” e o respetivo serviço de pediatria não beneficiou de “qualquer diferenciação positiva na contratação dos referidos profissionais, por ser considerado não carenciado”.

“Não surpreende, assim, que a incapacidade de tornar o serviço atrativo para os profissionais, aliada à contínua degradação das condições, à escassez de recursos e à prepotência nas decisões, tenha redundado num progressivo depauperamento dos serviços de saúde no Alentejo”, sublinham.

Os deputados do PSD avisam que, se o HESE “perder agora a capacidade formativa nesta especialidade, como tudo indica”, os dez médicos internos que se encontram na unidade hospitalar “podem ser forçados a deixar o hospital”.

Se acontecer, advertem, fica em causa a “manutenção dos vários serviços prestados, como o hospital de dia e as consultas externas de pediatria e subespecialidades, de que se destacam o centro de tratamento de dispositivos de perfusão contínua de insulina”.

O grupo parlamentar social-democrata considera ainda que a restruturação da urgência pediátrica constitui “um retrocesso de décadas na qualidade dos cuidados de saúde prestados à população infanto-juvenil de Évora e do Alentejo”.

“As famílias deixam de ter a garantia” de ver as crianças e adolescentes “atendidas por um médico especialista em pediatria, já que tal poderá ser assegurado por um interno da especialidade, que ainda nem sequer terminou a sua formação específica”.

Com a pergunta endereçada à Ministra da Saúde, os deputados do PSD querem saber, entre outras questões, por que razão foi encerrado o serviço de urgência pediátrica do HESE e se o Governo admite voltar a reabrir “um verdadeiro” SUP assim como a previsão de contratação de profissionais de saúde para o hospital de Évora, especialmente de médicos pediatras, nos anos de 2020 e 2021.

No início de outubro, o HESE anunciou ter implementado temporariamente “um novo modelo de atendimento” no SUP para “garantir a assistência às crianças e jovens do Alentejo” e procurar contrariar a falta de pediatras.

O novo modelo, desenhado em articulação com a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, “mantém o atendimento pediátrico urgente com um pediatra de presença física – continuando-se a recorrer a prestadores de serviços, se tal se revelar necessário – e com um ou dois médicos com treino pediátrico, que farão o primeiro atendimento”, revelou o hospital à Agência Lusa

Posteriormente, foi divulgado um manifesto subscrito por 21 pediatras do HESE, que reclamaram “medidas urgentes e sólidas” que viabilizem a “sobrevivência” do Serviço de Pediatria, devido à falta de médicos, e alertaram que os Cuidados Intensivos Neonatais podem fechar em novembro.

 

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